segunda-feira, 23 de julho de 2012


              Drake, Lilly e Sam descansavam tranquilamente em seus respectivos quartos, aproveitando as macias camas do cruzeiro Island Star. O movimento do navio era favorável para que o sono viesse logo, fora que os grandiosos dias repletos de acontecimentos divertidos cansavam qualquer um. Quase todos os presentes no meio de transporte pareciam estar dormindo, com exceção daqueles que costumavam aproveitar as casas noturnas ou cassinos do local.
                Porém, enquanto que os corredores permaneciam vazios, assim como a tranquilidade da noite calava as mais barulhentas pessoas, um grupo de criaturas parecia estar tendo seu momento. Os famosos Pokémons, apesar de terem sentimentos comprovados muitos ainda acreditam que não passam de objetos, ou armas de batalha. Acreditam que não saibam se comunicar como os humanos, porém, nunca vimos a história por outro ângulo.
                E se pudéssemos ver o que os Pokémons dizem? O que fazem em seu tempo livre? Será que são diferente de nós? Para responder estas perguntas que devem estar contorcendo o cérebro de qualquer um, vamos adentrar o quarto de nossos protagonistas.
                Fippy jazia sentado, observando pela janela as ondas do mar. Harddy também estava próxima, deitada, enquanto que Pawner afiava sua pequena espada. Koalappy não só dormia como também roncava, praticamente igual todas as outras vinte horas do dia. Seedush também relaxava, quase dormindo apenas com os olhos entreabertos. Os outros Pokémons pareciam sutilmente estarem em pequenos afazeres, nada demais. Spark e Chipnut ambos seguravam o Pokégear de Drake, que revelava imagens como uma televisão.
                O objeto era pequeno para as mãos humanas, mas pareciam enormes para os bracinhos curtos dos mesmos. Ambos jaziam de barriga para baixo observando perplexos a tela, que revelava momentos eletrizantes para aqueles que acompanhavam o seriado.
                —Eu sei que é você. Nós descobrimos, você é o espião! —dizia uma das vozes no filme.
                —Meu deus, que surpresa! —berrou Chipnut espantado
                —Só você não sabia, pelo visto. —disse Spark em um tom reprovador.
                Após aquilo o capítulo se encerrara, e os dois deixaram o aparelho na mochila de Drake, para que o mesmo não suspeitasse de que alguém havia mexido nele. Chipnut estufou o peito e se virou para o amigo:
                —Com a conclusão deste episódio preciso me reunir com você, o Fippy e o Seedush.
                —Pra quê? —perguntou o outro confuso.
                —Só direi assim que você os chamar. —respondeu ele.
                —Não quero saber, na verdade. —admitiu o Emolga.
                —Deixa comigo então. Eu tenho que fazer tudo por aqui. —resmungou ele puxando Fippy e Seedush.
                —O que querem comigo?  —resmungou o gato de fogo.
                —Calmae mermão, tudo amigo, tudo amigo...  —tranquilizou o esquilo.
                —Temos mais o que fazer Chipnut, temos que assistir TV e... Dormir... E assistir TV... Mas isso não vem ao caso. —protestou Spark.
                Chipnut não deu bola para as opiniões, apenas puxou os três para um canto separado do quarto. Apesar dos protestos ele apenas se certificou que ninguém mais os observava, porém nenhum dos outros integrantes dos times pareciam preocupados com a ausência dos quatro.
                —Seguinte, o que acham de montarmos um time de resgate? —perguntou o esquilo com brilho nos olhos.
                Os três trocaram olhares sérios, em seguida se virando para o esquilo com uma chuva de risadas.
                —Piadista! Fale logo o que quer. —disse Spark rindo.
                —Já disse, fio.
                —Como assim, montar um time de resgate? —perguntou Seedush coçando a cabeça.
                —Ah, cê sabe, igual no seriado. Cumprindo missões, salvando os Pokémons indefesos... Seria fantástico. —explicou ele.
                —Por que você não convida alguns Pokémons interessados ao invés de perguntar para a gente? —questionou Fippy.
                —Porque eu queria todo mundo junto, e vocês são os líderes das suas equipes, então se eu convencer vocês conseguiremos convencer todo mundo. —explicou.
                —Ok, precisamos de alguns minutos. —pediram.
                Os três se afastaram um pouco e formaram uma pequena roda, discutindo as ideias em um tom baixo. Chipnut revirava os olhos, aguardando a resposta, quando finalmente o trio de líderes se preparou para dar a resposta final.
                —E então...
                —Chegamos à conclusão que você é louco e sua ideia é ridícula e sem propósito. —respondeu Fippy.
                —Eu que disse que você é louco. —prontificou-se Spark.
                —O que eu preciso para convencer vocês?  —perguntou ele implorando.
                —Eu posso te ajudar, com uma condição. —disse o Emolga.
                —Que seria...?
                —Só se eu puder ser o líder geral. —completou.
                —SAI FORA! Eu tive a ideia eu sou o líder. —respondeu o outro.
                —Então nada feito.
                —Ahh tudo bem, pode ser o líder. —resmungou Chipnut.
—Vamos Fippy, o que acha? —perguntou Spark.
                —Acho que é ridículo— respondeu diretamente o gato de fogo.
                —Podia ao menos dar uma amenizada na sinceridade? Essa doeu até em mim. —comentou o esquilo-voador.
                —Né? Deu uma vontade louca de chorar agora. —respondeu Chipnut.
                —Manés. Preciso achar meu grupo ainda, vocês são muito infantis. —resmungou ele.
                —Mas até lá seu destino ficar grudado na gente. E acredite, se você não entrar eu vou praguejar até a próxima encarnação muito para que a mestra Lilly não capture mais nenhum nego. —disse Chipnut com um tom de poder.
                —Continuam sendo manés.
                —Fippy, vamos lá, pode ser divertido... —incentivou o Emolga
—Enfim, o que a gente precisa fazer para... Começar a trabalhar?  —perguntou Seedush.
                —No seriado eles pedem para a Wigglytuff. Acho que lembro o número no seriado, passa o Pokégear do mestre Drake. —pediu o esquilo pegando o Pokégear, que parecia pesar uma tonelada para a pequena criatura.
                —Se vocês conseguirem e ela atender eu participo na hora. —riu Fippy imaginando a inocência dos companheiros.
                Chipnut digitou os números com suas pequenas patinhas, e em seguida deixou o aparelho no chão, deitando em cima dele para falar. Um som de espera parecia se repetir infinitamente, o que fazia Fippy dar umas risadas sutis por dentro.
                —Você está se conectando com a Guildmaster Wigglituff, após o sinal, será encaminhado para seu telefone. —disse uma voz robótica vindo do celular, fazendo Fippy quase abrir seus olhos como um baú.
                —COMO?! —perguntou o gato.
                —Ela é tão meiga, deve ser aquele tipo de pessoa agradável de conversar. —disse Spark se lembrando de sua personagem no seriado.
                —Quem está ligando a essa droga de horário? É bom ter uma boa desculpa, infeliz! —gritou uma voz do outro lado.
                —Vish!
—Aqui é o Chipnut dos truta correria falando, mana. —disse Chipnut tentando falar mais baixo.
                —Não é um telefonema de tráfico, Chipnut. —disse Spark esfregando sua pata no rosto.
                —Tá bom, foi mal, me empolguei. Tipo, você existe? —perguntou.
                —Imagina meu bem, sou uma miragem. É tudo parte dos seus sonhos, agora VAI DORMIR E ME DEIXA DORMIR TAMBÉM.
                —Beleza, tenho uma proposta irrecusável para você. —disse ele como se não tivesse escutado a voz que ecoou por todo o cruzeiro.
                —Diga logo, preciso do meu sono de beleza, como acha que uma atriz como eu consegue ser tão linda?
                —O que acha de ser a sortuda por contratar um novo clã de resgate... —ele pareceu tentar pensar em algo, cochichando para os amigos. —Falem alguma cor!
                —Amarelo, cor da eletricidade. —sorriu Spark.
                —Clã de resgate amarelo! O que acha? —perguntou para a Wigglytuff
                —Tem um hospício... Digo, clube bem interessante que você deveria frequentar aqui perto de onde eu moro, o que acha?
 —perguntou ela repetindo a última frase dele.
                —Poxa estou falando sério... Não existem os Red Rescue Team e Blue Rescue Team? —perguntou ele.
                —Sim, e daí?
                —Qual deles cuida de Ethron?
                —O Light Steel Blue Team, desculpe, a vaga está preenchida. —disse ela quase batendo o telefone.
                —Isso é mentira, você está inventando agora. —reclamou Chipnut.
                —Tá certo, o que você quer?
  —perguntou ela.
                —Oficializar nossa equipe de resgate. —respondeu.
                —Vou repetir a pergunta: O que você quer? —repetiu.
                —Vou repetir a resposta: oficializar nossa equipe de resgate. —respondeu ele repetindo também.
                —Céus... Tudo bem, do que precisa? Um acordo escrito, verbal, ou o quê? —perguntou Wigglytuff bocejando.
                —Ahh, eu pensei em algo tipo uma festa grandona ou algo assim. —disse ele fazendo os demais esfregarem a palma da mão (ou pata) na testa.
                —Negativo. Vou cadastrar vocês, um momento. —disse ela, fazendo o esquilo comemorar silenciosamente e depois sussurrar para os amigos.
                —To começando a achar que essa tiazinha é louca!
                —Só ela? —perguntou Spark sem que ele ouvisse.
                —De que guilda vocês são? —perguntou ela digitando algo.
                —Somos nômades, não temos guilda. —respondeu ele como se fosse algo óbvio.
                —E daí? Os Fire Tales, aquele grupo de Sinnoh construiu uma guilda ambulante há alguns anos. —disse o Emolga.
                —Não é o nosso caso. —continuou ele.
                —Vocês têm qualificações? —perguntou.
                —Não, só Pokémons.
                —Seu burro, qualificações são títulos ou alguma especialização. —disse Fippy nervoso.
                —Ahh, então nenhuma.
                —Tudo bem, estou fechando aqui. Alguns especialistas vão espionar e procurar perigos e derivados para vocês ajudarem. —disse ela parecendo gostar da ideia de ampliar seu sistema de resgate. —Precisa de mais alguma coisa?
                —Na verdade...
                Antes que ele terminasse a frase foi possível notar que a ligação havia caído de forma desesperada. O esquilo permaneceu com o objeto na mão até soltá-lo com grande felicidade, que após cair de vinte centímetros de altura fez um grande barulho, fazendo os três treinadores se mexerem na cama, de forma que Spark socasse o amigo.
                —Que maravilha, agora temos uma equipe de resgate! —disse ele empolgado.
                —É. Só temos que aguardar as ordens da “amável” Wigglituff. —ironizou Spark.
                —Acho que depois dessa não há o que discutir, Fippy. Vamos ter que entrar. Só espero que vocês deixem a gente relaxar um pouco de vez em quando. —brincou o inicial de grama.
                —Cara, me amarrei nisso. Nosso grupo tá muito foda. —continuou ele.
                —Faltam mais integrantes, não acha? —perguntou Seedush.
                —Tenho algumas ideias para o pessoal cobrir. Claro, depois de passar todas as informações para eles. —respondeu o esquilo.
                —E ainda virão outros Pokémons, logo acho que seremos uma equipe muito promissora. —concluiu Spark.

________Notas Finais_______
                 Bom, não minto que este especial é arriscado. Espero que gostem deste prólogo, ele é apenas uma explicação de como as coisas se iniciaram, mas daqui para frente tudo muda, já tenho a primeira missão deles quase pronta. Deixo meus agradecimentos para meu amigo Canas, que deu uma olhada e umas sugestões para este prólogo chegar ao que vocês estão leram. Simples, um grupo de amigos que decide montar uma equipe de resgate. Espero que essa "simplicidade" ainda tenha futuro por aqui. Obrigado a todos (:

3 comentários:

Shiny Reshiram disse...

Adorei, ficou muito bom, mais que bom, ficou fantástico, como já disse e volto a repetir continue assim com a suas fanfics e um dia vai chegar longe!

CanasOminous disse...

Diga, Haos! A melhora que você fez no capítulo o deixou muito melhor, ficou bem no esquema de um prólogo mesmo para dar umas bodas vindas à essa grande equipe de resgate que se fará presente. Você foi aos poucos incluindo apenas os Pokémons principais, logo, isso dará uma ideia de "descoberta" consegue entender? Nunca se sabe quem será o próximo Pokémon a ingressar na equipe, e nem o que o Chipnut e o Spark farão para tentar convencê-los a se unir em uma caçada doida nesse começo em que tudo parece novo, mas no futuro pode até mesmo a vir se tornar uma carreira de atuação para os pequenos kkkk Achei a Wigglytuff comédia, imagino mesmo esse tipo de programa que passam com Pokémons que atuam como oficiais, e isso mostra esse lado vivo dos bichinhos, se contar que você traçou muito bem a personalidade deles, será bom para os leitores começarem a entendê-los melhor até quando entrarem em batalha. Quero ver sua criatividade em jogo para criar essas missões hein, afinal, interligar esse tipo de roteiro com a história central dará um trabalhão, mas aposto que vai dar certo :) Tudo de bom esse seu especial, espero que ele ainda chegue muito longe Haos. Abraços!

Haos Cyndaquil disse...

Obrigado, gente. Espero que o especial comece a ficar a gosto do público, agora as maluquices dos Pokémons vão começar. A primeira missão sairá em breve, espero que curtam (:

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