sábado, 21 de julho de 2012


                Uma grandiosa placa jazia em frente a duas portas separadas: “SPA Águas Turbulentas”. O famoso SPA do cruzeiro Island Star estava enfim aberto, e nossos jovens estavam ansiosos por passar um momento de descanso de suas aventuras. Tudo melhorara desde que iniciaram sua estadia lá, e seria excelente um momento relaxante antes do Contest de Drake e da batalhe de Lilly
                —Aleluia! Vamos poder entrar nessa joça! Estava louca para experimentar esse SPA! —dizia Sarah totalmente contente.
                —Calminha, Sarah, não é uma piscina, ela é só no andar de cima. Hehe. —brincou Chad acalmando a amiga com medo do que ela seria capaz de causar em um lugar de relaxamento.
                —Parece que o das meninas é do lado de lá. —apontou Sam após ver pequenas plaquinhas representando um homem e uma mulher. A única diferença dos homenzinhos da placa era uma saia no feminino.
                —Que droga, por que separam? Machismo ou feminismo? —perguntou Lilly.
                —Querida, você não vai querer que os homens vejam suas preciosidades, vai? Ou querer ver os pentelhos deles. —disse Sarah tocando o ombro da garota deixando todos completamente constrangidos.
                —SARAH! —gritaram todos.
                —Que foi? É a triste realidade. —completou ela mexendo os ombros como se insinuasse que não estava nem aí.
                —Tem razão, Sarah... E entrar pelada no banheiro dos meninos é um convite para o Derek aparecer aqui nadando. —concordou Lilly esfregando a palma da mão no rosto.
                —Então nos vemos depois. —completou Sam.
                O grupo se separou, mas antes de adentrar um dos SPA Drake lançara um comentário:
                —Chad, tá entrando pelo banheiro errado. —brincou ele com um sorriso malicioso.
                —Como assim? —Chad demorara para captar a piada. —Imbecil.
            Assim que abriram a porta se depararam com um balcão, onde um homem parecia organizar algumas coisas. Após ver os passes dos jovens ele os liberou, dando um kit com toalhas, roupões e outras coisas possivelmente necessárias para o SPA.
                Ao entrar puderam notar a beleza e delicadeza do local. O piso era feito de uma madeira escura, o que dava um toque confortante. Várias espreguiçadeiras estavam dispostas lado a lado, e atrás delas uma grande banheira com sais de banho, e esguichos de água. Uma jacuzzi permanecia do lado direito, e até onde parecia havia muito mais deste espaço. Piscinas e outras banheiras, cada uma com uma utilidade para a pele. Tudo maravilhoso, com um ar exótico. E ao fundo algumas mesas e cadeiras para aqueles que quisessem se reunir, além de um quiosque interno que servia drinques e alguns lanches leves para acompanhar a estadia no lugar.

                Sarah e Lilly se despiram um pouco envergonhadas, embora ninguém parecesse reparar nelas. Apenas deitaram em algumas espreguiçadeiras, e após conversar com alguns responsáveis vieram algumas mulheres para cuidar de suas unhas e pés, fazendo-as se sentirem as mais importantes madames de Ethron. Ambas jaziam deitadas com as mãos e pés esticados para que pudessem ser tratados, e rodelas de pepino nos olhos.
                —Amiga, e então, já se decidiu? —perguntou Sarah
                —Quanto ao quê? —a amiga parecia confusa.
                —Se decidiu se ama o Drake ou o Sam? —questionou ela diretamente.
            —V-você é louca? —reclamou Lilly se levantando de forma que assustasse as manicures e pedicures, e ainda por cima derrubando as rodelas de pepino. 
                —Querida, se você desse mais bandeira seria convidada para segurar uma delas na hora de cantar o hino. —brincou ela recebendo um olhar reprovador.
                —Do que você tá falando? Eu não gosto de nenhum deles. —resmungou ela tentando encontrar o canudo de seu ponche.
                —Então é do Derek? —riu a outra a fazendo cuspir a bebida.
                —Claro que não!
                —Ele está nas suas mãos, querida. —lembrou ela.
                —Pois é, mas não é nas minhas mãos que ele quer ficar. —completou de forma que as duas se olhassem e balançassem as cabeças de cima para baixo
                —Olha, o Drake é um amor, mas acho que você combina perfeitamente com o Sam. Ele é silencioso e você barraqueira. Os opostos se atraem! —disse ela como se tivesse acabado de encontrar a combinação perfeita.
                —Ahh Sarah, não estou preocupada com isso. Serei uma lenda, e lendas não namoram. —respondeu a outra.
                —Soube que a famosa Cynthia tem um caso com Steven Stone. —sorriu Sarah.
                —Bah, ela não conta. E quem afinal de contas ia querer viver comigo? —perguntou ela cabisbaixa.
                —Primeiro: Claro que ela conta, é a primeira mulher a assumir o posto de campeã! Segundo: Por que está se rebaixando, linda? Você é decidida, forte e absoluta! Não é Maria vai com as outras como muitas que vemos por aí. —apoiou ela.
                —Mesmo assim, sou uma pessoa difícil de lidar. Acho que ninguém me merece. —completou.
                —Espera... Isso foi um ultra rebaixamento ou um mega convencimento? —questionou ela confusa.
                —Rebaixamento. —respondeu, agora tentando mudar de assunto. —Mas e você e o Chad? Namoram ou o quê?
                Sarah pareceu assustada com o propósito da pergunta, eram capazes de ver isso quando as rodelas de pepino antes em seus olhos caíram. Em seguida ela falou com uma voz descontente, não igual ela costuma usar sempre no timbre máximo:
                —Ahh amiga, ele é só um amigo. Sinceramente eu não me vejo com o Chad. —respondeu ela.
                —Vocês fazem tudo juntos! —completou Lilly.
                —Ahh, Lilly-chan, acho que não combinamos muito bem. —sorriu ela.
                Após aquilo as duas pararam para refletir. Seria Chad o homem ideal para Sarah? Ela não o via assim, e ainda procurava o rapaz perfeito, e sua mente estava confusa. Já Lilly permanecia ainda mais duvidosa. Será que ela poderia dar uma chance ao amor em seu coração? Será que ela amava mesmo alguém? Ela preferiu mudar de assunto:
                —Que tal pararmos de falar deles e falarmos de técnicas de batalha? —disse ela.
                —Boa ideia! —concluiu a outra sorridente.
...
                Drake jazia deitado de bruços, enquanto era massageado nas costas, assim como seus amigos. O SPA Águas Turbulentas fazia de tudo para que seus clientes se sentissem os mais especiais possíveis. As calmarias à volta e músicas relaxantes apenas tornavam a experiência melhor. Os jovens em suas jornadas nunca puderam ter um momento para relaxarem e cuidarem de si próprios, e aquele era o momento perfeito.
                —Cara, esse lugar é maravilhoso. Eu ficaria aqui a vida inteira. —suspirou Drake em êxtase pela maravilhosa massagem.
                —Já vi maiores, mas este também é bom. —disse Chad.
               —Para de frescura, Chad. —resmungou ele. — Onde está aquele refresco que eu pedi? —naquele momento quem fazia a massagem para ele o deu um pequeno copo com uma bebida. —Ahh obrigado, gata, será que depois você pode passar o número do seu Pokégear e... AH!
                O jovem deu um pulo ao perceber que o tempo todo que não era massageado por uma mulher, e sim por um Pokémon. Haviam vários daquela espécie espalhados pelo local, pareciam ter aparência humana, embora pudessem passar despercebidos facilmente. Usavam vestidos longos, e um chapéu na cabeça. Eram Lassells e Missnells, Pokémons donzelas.  
                —Moço! Vem aqui, “faizfavor” —chamou Drake por um dos responsáveis pelo SPA.
                —O que deseja senhor Eavans? —perguntou ele.
              —Onde estão as lindas moças de biquine que servem as coisas nos panfletos de SPA? —perguntou ele incrédulo.
                —Aqui no SPA só trabalhamos com estas espécies de Pokémons. —respondeu ele.
                —Isso não é contra a lei? —perguntou Sam.
                —Não, temos autorização para isso visto que Lassells e Missnell aprendem facilmente a trabalhar com humanos.  —completou.
                —Que curioso.  —admitiu Chad.
              Porém, em meio às lindas Pokémon jazia uma pequena criatura, parecia a pré-evolução de Lassnell. Bintell, como chamava sua espécie, parecia confusa em meio as mais experientes, tropeçando em seu próprio, vestido e dando de cara com as outras.
                —Por que tem uma Bintell ali? Ela parece meio atrapalhada. —perguntou Drake.
                —Ahh essa Bintell é a exceção do Island Star... Sempre procriam esta espécie, e elas recebem treinamento depois de nascer. Então, ao atingir o nível máximo de felicidade as Lassnells começam a trabalhar e por fim quando bem treinadas e merecedoras acabam evoluindo para Missnell.
                —E ela não evolui?
              —Não se sabe por que exatamente, mas ela é o fracasso do time, nunca faz nada certo. —disse ele ao ver as confusões e a pequena era capaz de causar.
                —Ei, não fale assim, ela nunca terá uma boa felicidade se a tratarem deste jeito. —disse Drake.
                —Todos pensam em se livrar dela, mas não há lugar para isso. —completou o homem.
                —Por quê?
                —Duas razões, Drake, as Bintells são urbanas e não vivem em ambientes florestais, nascem para ficar com humanos, e a partir do momento que você começa a criar Pokémons para trabalhos assim você fica responsável por todos. —explicou Sam.
                —Exatamente, mas ela não vai estragar mais o que faço! Não vai! Vou voltar a trabalhar! —disse ele decidido.
                —Que dó dela, quer dizer, rejeitada e ainda falam mal dela. —admitiu Drake
                —Drake, Sam, olhem ali! —disse Chad apontando para uma direção. 
                Quando olharam viram vários garotos, que aparentavam serem amigos pelas conversas humilhando o Pokémon. Um deles pisou no vestido da mesma, que a faz cair de cara no chão, enquanto que outro jogou o conteúdo de um dos copos nos cabelos da criatura, que parecia choramingar com tamanho rebaixamento.
                De repente, Drake ouvira um som estridente, como se viesse das camadas mais profundas de seu cérebro. Ele fechou os olhos com força, e colocou as mãos na cabeça em resposta à dor que vinha do fundo. Porém, uma voz parecia tentar dizer algo.
Socorro!
                —Ai, ouviram isso? —perguntou ele para os amigos.
                —Isso o quê?
              —Abafa... Só acho que precisamos ajudar essa Bintell, o pessoal daqui não vai fazer nada mesmo.  —comentou ele.
                Os três se aproximaram do pequeno grupinho. Provavelmente “filhinhos de papai” metidos e mimados. Ao notar a presença indesejada eles se entreolharam, e jogaram o Pokémon no chão. O líder do grupo se aproximou de Drake, com um sorriso maquiavélico.
                —Cara, na boa, larga ela. —pediu o jovem.
                —Sai daqui, otário. —disse um outro em tom provocativo.
                —Sério, ela é que nem vocês, tem sentimentos. Ou melhor, ela é que nem nós e tem sentimentos. —corrigiu ele.
                —Nos também temos, palhaço. —protestou outro, que aparentava ter menos inteligência que o resto do grupo desalmado.
                —Então mostrem e deixem-na em paz. —disse Chad.
                —Garotos, vão se acalmando... —o dono do SPA parecia vir com um tom mais silencioso, visto que muitas pessoas pareciam incomodadas com a discussão.
                —Larga ela agora ou vai ver com quantos paus se faz uma canoa.  —disse Drake cerrando os punhos.
                —Pode vir! —disse o líder chutando o pequeno Pokémon e fazendo-a cair novamente.
                —Spark, detona esses idiotas! —disse Drake lançando sua Pokéball.
                —Cubat, vamos ajudar o Eavans. —disse Chad lançando outra esfera bicolor.
                Spark saiu e assumiu uma posição de ataque, seguido do morcego que apareceu com um sorriso cínico. Os dois se entreolharam confusos, visto que eram rivais desde seu primeiro encontro, indo para Flamery City. Só então os treinadores se deram conta do que estavam prestes a fazer.
                —Nós dois em uma batalha em dupla? —perguntou Drake.
                —Acha que consegue me acompanhar? —provocou Chad com um sorriso confiante.
                —Não sou eu quem vai cair. —confirmou ele com uma expressão de certeza.
                Os inimigos pareceram lançar Harppy, o Pokémon ave mais comum de se encontrar pelas várias rotas e logicamente Pokémon de muitos treinadores. O outro lançou um pequeno quadrúpede de fogo, Burnchy, mesmo Pokémon que Lilly havia enfrentado no ginásio de Blake.
                —Cuidado com a habilidade Flame Body dele. —aconselhou o garoto de cabelos acinzentados. —Cubat, Supersonic.
                —Eles não estão em níveis muito altos, temos a vantagem. —observou Drake. —Spark, amigo!
                O morcego lançou uma onda supersônica, que atingiu o pássaro, o deixando confuso. Spark avançou com uma poderosa corrente elétrica, atingindo em cheio o mesmo Pokémon. Harppy tentara atacar, porém não conseguira acertar devido a sua confusão, se movendo para os lados lutando para ficar em pé. Burnchy lançou um poderoso espiral de chamas, que atingiu o Emolga.
                —Estão usando o Fire Spin. —comandou Chad. —Acid.
                —Wild Charge! —completou o garoto de cabelos azuis.
                Cubat vomitou um jato tóxico no Pokémon de fogo, o derrotando combinada a poderosa investida elétrica que o esquilo voador usara. Harppy caíra derrotada com sua própria confusão, pondo fim na batalha. Os dois voadores pousaram nos braços de seus respectivos donos, dando uma ideia de superioridade.
                Eles saíram correndo nervosos e praguejando, enquanto que os três puderam ter a ideia de uma boa vingança. Drake pegou a Bintell, e logo em seguida a mesma dor de cabeça voltou, revelando um novo som que podia ser decifrado como um agradecimento:
                —Obrigada. —estava claro que a Bintell por alguma razão conseguia se comunicar através da mente com ele, embora os outros não pudessem ouvir.
                —Mas o que está acontecendo aqui? —perguntou Nolland boquiaberto.
                Só naquele instante o trio parou para perceber o caos que haviam causado. Muitos buracos nas paredes, destruições nas banheiras, e praticamente não havia mais clientes, todos haviam sumido nervosos com a desordem. Os funcionários estavam traumatizados, e os Pokémons das proximidades em choque. Tudo destruído, enfim.
            —Coloque na minha conta. —disse Nolland para o dono do lugar esfregando o indicador e o polegar nos olhos, fazendo um “V” com os dois dedos.
                —Pai eu...
                —Não diga nada. Conversamos mais tarde. —interrompeu o campeão se retirando do lugar.
                Só então era possível perceber que havia várias mulheres cobertas por toalhas observando de fora. Provavelmente tinham se assustado e queriam ver o que acontecera. Sarah e Lilly estavam lá, completamente confusas.
                —Hey, Eavans. Foi mal por te incentivar e tudo mais. —desculpou-se Chad. —Eu irei com você, também é culpa minha.
                —Fica de boa. E obrigado por me ajudar. —agradeceu ele colocando a mão no ombro do rival.
                Ele colocou o Pokémon no chão, que ainda estava transtornado com tudo. Bintell ainda fazia uns sons, tentando chamar a atenção dos jovens, embora não adiantasse mais. Todos se trocaram e saíram do local. Até mesmo a placa de fora do SPA parecia mais inclinada que antes.
                —Não vão mais ficar no SPA? —brincou Lilly.
                —Depois de tudo destruído não tem como. —respondeu Drake sério. —O que era para relaxar acabou me deixando mais estressado que antes.
                Ele decidiu dar fim para aquele suspense. Pediu licença para os amigos e procurou a sala de reuniões, onde seu pai costumava ficar. Após bater na porta e olhar, notou que os demais membros da elite também estavam lá conversando sobre outros assuntos.  
                —Pai?
                —Entre. —disse ele com uma voz séria. Os membros da elite se despediram e saíram da sala. Enquanto se dirigia à porta Jefferson acariciou a cabeça de Drake e deu um sorriso.
                Bum! A porta se fechara, e o silêncio mortal tomara conta. Nolland colocou a mão no lábio e cruzou as pernas enquanto levantava uma sobrancelha, como se aguardasse algo.  
                —Me desculpa pai, mas você não sabe o que aconteceu, tinha uns meninos humilhando uma Bintell, e eu só queria ajudar. —dizia ele se levantando da cadeira, eufórico.
                —Batalhas não resolvem tudo, Drake. —disse ele o fazendo sentar novamente. Em seguida soltou um suspiro e fez uma pausa. —E mesmo que resolvam um SPA não é lugar disso. A sorte foi que ninguém saiu ferido, mas vocês acabaram com o dia de muitos, houve reclamações que não acabavam mais.
                —Queria que eu saísse na porrada que nem antes? —perguntou ele com um tom irônico.
         —Eu queria que você fosse civilizado. —adiantou Nolland. —Converse, fale com o pessoal responsável pelo lugar, mas não tente cuidar das coisas sozinho.
                —O pessoal de lá tava pouco se lixando para o que ia acontecer com ela. Eles odeiam aquele Pokémon, querem se livrar dela. —contava Drake ríspido.
                —Fale comigo, e eu resolverei. —completou ele. —Mude Drake, você é assim desde que nasceu e insiste em continuar agindo como uma criança. Até porque o prejuízo veio para o SPA, para mim, e para os visitantes.
                —Se quiser eu te pago, já que dinheiro é o principal. —disse o menino levantando a sobrancelha.
                —Você sabe que eu não sou assim, que eu nunca fui e nunca serei ganancioso. Eu apenas ligo para o que sai de minha carteira, e você devia ter essa percepção. —disse ele.
                —Você é uma ótima pessoa, mas acho que você confunde as coisas. —sorriu ele com um tom cínico. —Escuta, dinheiro não é a solução para tudo.
                —O que quer dizer?
               —Acha que comprando tudo do bom e do melhor, pagando estadias ótimas e tudo mais vai passar despercebido? —questionou cruzando os braços.
                —Se você parar de falar como uma criança eu posso tentar entender e te responder, mas falando de coisas assim do além eu não vou entender mesmo. —disse ele, rude, fazendo Drake avermelhar os olhos.
                —Ahh não sabe? Acha que comprar coisas para nós vai nos fazer esquecer sua ausência. Que é só me largar com tudo pago que eu te esqueço? —perguntou ele derramando lágrimas.
                —Ausência? Refere-se à elite? —indagou o homem tentando se manter calmo.
                —Isso aí. Sempre deu bola para estes caras e deixou nós vivendo sozinhos. —respondeu.
                —Isso é mentira, eu constantemente vou a casa, apenas precisava fazer algumas viagens durante a semana. —corrigiu ele.
                —E daí, eu não me lembro de um momento sequer que passamos juntos e memorável. Um sequer. —disse ele dando ênfase na frase, com a voz desgastada pelo choro.
                —Filho, é o meu emprego. Se eu não fizesse isso não teríamos tudo o que temos, não teríamos o conforto e segurança que vem em primeiro lugar. —respondeu ele dando uma risada leve.
                —Pois eu prefiro ser pobre, mas ter uma família a disposição sempre que quiser, me ajudando e convivendo comigo. —opinou o jovem.
                —Acha que eu faço isso porque eu gosto? Acha que eu faço de bom grado deixar minha família para trabalhar? —questionou ele perdendo a calma.
                —Não importa se é de bom grado ou obrigado. —completou Drake. —Sua presença sempre me fez falta, e não adianta mudar agora.
                —Pois eu sempre fiz tudo para que vocês tivessem uma vida boa com ou sem mim. Isso é errado? —perguntou o pai.
                —Não, não é. Mas alguém que se acha substituível não é significativo. —falou ele se levantando, fungando o nariz. —E não se preocupe, amanhã bem cedo é minha competição, e eu vou deixar o Island Star. Espero que sejam felizes por aqui.
                O jovem bateu a porta ao sair, e seus amigos o aguardavam do outro lado do cômodo. Nolland se levantou e se apoiou na mesa pela palma das mãos, triste com sigo mesmo. Sempre precisou se ausentar por causa do trabalho, e deixara as crianças e a esposa juntas na maior parte do tempo. Porém, isso pudera ter causado mágoas neles, o que menos esperava. Ou melhor, menos queria acreditar.
                —Eu sinto muito. —consolou Sam colocando a mão no ombro de Drake.
                —Ele tinha que ouvir. —disse ele. —Mas não quero falar sobre isso agora.
                —Agora sim o SPA faz jus ao nome, ”águas turbulentas”! —brincou Sarah.
                Naquele momento a Bintell apareceu, cambaleando e tropeçando novamente no próprio vestido. Ela tinha uma expressão tímida no rosto, como se insinuasse algo. Ele esboçou um fino sorriso, com uma expressão de compreensão.
                —Essa Bintell é engraçada, ela consegue se comunicar de alguma forma com a gente. No SPA ela quem pediu socorro, vocês não ouviram?
                —Que estranho, não ouvi nada. E até onde eu me lembro, a Ability das Bintells e suas evoluções é Syncronize . —observou Chad. —A menos que...
                —Uma Hidden Ability, Telepathy. Essa Bintell é especial, e creio que ela poderá se comunicar com você mentalmente nos casos mais extremos. —disse Sam. —Se bem treinada poderão apenas se comunicar por pensamento.
                —Bintell, quer vir comigo? —perguntou ele vendo o Pokémon assentir. —Espero que goste da carreira de Coordenadora. 
                    Após várias confusões no SPA Águas Turbulentas, já é possível avistar Insecta Island.  Porém, um confronto familiar pareceu abalar Drake e Nolland. O pai embora quisesse nunca pôde passar muito tempo com sua família, e isso afetou-os. A situação ainda podia clarear, embora que com muita dificuldade... E com uma nova captura, Drake se prepara para seu novo Contest!

4 comentários:

Dac disse...

Que ótima mistura de gêneros(humor,ação,drama)!
Foi um capítulo que variou de intesidades bastante, primeiro bem tranquilo, depois as águas ficaram turbulentas exatametne como disse a Sarah. A conversa entre o Drake e o Nolland ficou perfeita(mas que belo drama), além das descrições e a forma de como a batalha foi inserida.
OBS:A habilidade Telephathy vai servir apenas para isso ou vai ser usada também em batalhas?

Haos Cyndaquil disse...

Hey Zekrom õ/
Vlw pelos elogios cara ^-^ Enfim, sobre essa dúvida vou aproveitar para caso mais alguém tenha ela. O Drake e a Bintell não são capazes de conversar telepaticamente AINDA. Embora eu tenha planos de mais para frente, quando ela alcançar a última evolução para ser mais específico, eles poderão batalhar juntos sem citar nada, apenas pela mente. Porém acho que você quis dizer sobre a Ability Telepathy como nos games, certo? Bom, sim, ela tem efeitos normais, é apenas uma incrementada que eu dei kkk Até mais, cara õ/

CanasOminous disse...

O Spa, eu estava querendo ver o que você separava para esse instante, sempre temos algumas cenas engraçadas quando se trata disso. É raro eu dar risada lendo fics, acho que dependendo do meu humor fico mó sério quando estou concentrado em algo, mas o comentário do Derek aparecer nadando até o cruzeiro me fez rir kkk Com o passar d capítulo notei vários gêneros em transição mesmo, como o Zekrom citou. É difícil trabalhar com um roteiro assim sem perder o clima, começar com uma comédia, parir para a ação e finalizar com o drama deixo o leitor pensativo e magoado, torcendo por uma recuperação dos personagens. Eu achava o Nolland um personagem campeão “normal” até agora, nele não me fazia muito diferente, mas quando você mostrou esse ponto dele ser bem ausente, e isso ter afetado o Drake, tornou ele uma peça ainda mais importante no enredo. A conversa foi foda cara, muito mesmo. Discussão de pai e filho não é o certo, mas temos que lembrar que essa é a personalidade do Drake, e nesse quesito você merece um dez por emoldura-la tão bem em momentos como esse.

De resto, tem um comentário a mais que eu gostaria de fazer. Notei uma mudança no jeito da Sarah, não sei se foi proposital, mas senti ela bem diferente. Eu me lembrava dela como uma garotinha mais kawaii, daquelas que falavam tudo no diminutivo e brincava de tudo como um mascotinho da equipe, mas agora, me parece que se tornou mais aquelas patricinhas que é amiga de todas e sempre está falando de rapazes bonitos Não achei essa mudança ruim, mas seria por causa da convivência do Chaud? Ou sou eu quem não tinha notado que ela era assim desde que apareceu? E por sinal, a cada dia gosto mais da Lilly, muito forte por fora, mas ainda é uma manteiga derretida por dentro. Ela combina muito mais com o Sam kkkkkk

Mudando de assunto, essa Bintell me parece um Pokémon surpreendente bem naquele estilo empregue-te que faz tudo o que o dono manda. Ah, mas era um tipo assim que faltava na equipe do Drake, e ela com certeza será uma figura muito atraente quando alcançar a última evolução, e naquele estilo que sempre tenta fazer tudo ficar certo e não conseguir renderá umas boas risadas no Yellow Rescue Team. Bom, a estadia no cruzeiro foi muito boa cara, você explorou muito bem cada ponto do grandioso cruzeiro, mas agora está na hora de partir para o caminho final da temporada com grande brilho. Eu adorei o capítulo pelos temas que você abordou e a forma como demonstrou a personalidade de cada um explorando essa dinâmica. Show de bola o seu Arco parceiro, você continua me impressionado! (:

Haos Cyndaquil disse...

Hehe, valeu cara, embora fosse forçado a imagem do moleque surgir do além seria engraçada... Só na imaginação mesmo shhhsuahsuahs Achei interessante você mencionawr este ponto sobre a Sarah. Para ser sincero eu a mudei por um descontentamento pessoal. Ela sempre seria aquela pessoa alegre e literalmente o "mascote do grupo", e isso acho que a tornaria meio enjoativa. Ela continuará alegre e falando mais que devia, mas queria tornar ela mais... "Humana", digamos assim. Em meados acho o jeito anterior melhor, mas como a única verdadeira amiga da Lilly ela precisava de mais personalidade. E a Bintell é exatamente assim, cara, atrapalhada de dar dó kkkkkkkkk Valeus pelos elogios cara, até mais õ/

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