sábado, 14 de abril de 2012

                O canto dos Harppys era a música daquela manhã. Era feriado, e a Torre de Rádio da cidade ainda estava sobre investigação policial, ainda que nada parecesse muito fora do lugar. O que os Darks fizeram era curioso, ninguém sabia o que foi. Logo os Pokémons eram a atração do momento, principalmente nas praças, onde os humanos jogavam grãos para que as aves aproveitassem. Os três jovens partiriam naquela manhã, para a próxima cidade onde Lilly teria enfim sua próxima batalha de Ginásio. A manhã era convidativa, o sol raiava e uma brisa fresca soprava. Excelente para viagens a pé.
                Sam saíra do Pokémon Center apenas para dar uma última olhada na cidade, que logo seria apenas memória na jornada dos três. Tudo parecia completamente normal, apesar do ataque dos Darks na Torre de Rádio nada parecia fora do lugar, todos pareciam viver normalmente como se nada tivesse acontecido. O jovem observava a luz do sol, que brilhava como um Pokémon Shiny.
                O garoto aproximou–se de uma praça, onde várias pessoas já freqüentavam mesmo naquela hora da manhã. Ele sentou–se na grama e pegou algumas Pokéball de seu bolso, observando–as pensativo. Enfim ele guardou as demais e jogou uma para o alto, que disparou uma rajada de luz branca, que deu forma a uma criatura aparentemente pacífica. Era bege, com algumas pedras antigas e um escudo impenetrável em seu rosto. Era um Pokémon fóssil, Shieldon, aparentemente um dos poucos Pokémons que Sam tinha de outras regiões.

                –Eu precisava falar com alguém. M–me desculpe por deixá–lo preso na Pokéball tanto tempo... –Desculpou–se ele. A criatura parecia não se importar com o fato, apenas encostando–se junto de seu treinador naquele lugar.
                Eles pareciam ser grandes amigos. Shieldon fora o primeiro Pokémon de Sam. Provavelmente ele teria sido encontrado como fóssil por seu pai, e o mesmo presenteara o filho com um Pokémon revivido, o que era um grande presente para ele. Shieldon tinha grande potencial, porém não parecia ser usado para batalhas.
                –Acho que já é hora de voltar. Sinto muito Don, mas devo seguir jornada com meus outros amigos. Logo iremos ter outro momento juntos, tudo bem?
                Ele ficava magoado em manter Don dentro de sua Pokéball, porém ele não via necessidade de surgir com Pokémons novos junto dos amigos. Quase ninguém sabia que ele mantinha Pokémons assim guardados em seu time, porém era um segredo importante, porque talvez pudesse ser importante para o futuro.
                Drake e Lilly já haviam acordado e feito suas necessidades durante o período matutino, apenas aguardavam o regresso do companheiro para seguir viagem. Sam tentou uma última vez convencer seus amigos a ficarem na cidade:
                –Ahh a gente tem mesmo que ir? Essa cidade é tão boa! Eu imploro, mais uma semana, só pra por meus pensamentos em ordem! –Pedia Sam de joelhos.
                –Você é louco! Uma semana nesse lugar ia me enlouquecer! Quer por os pensamentos em ordem vai no psiquiatra. –Disse “delicadamente” Lilly.
                –Como você é sutil. Mas, Sam... Garanto que vai A–M–A–R Funment City, é a melhor cidade do mundo! –Consolou Drake.
                –Snif, duvido muito. –Choramingou ele. –Deixa eu ver aqui no guia.
                Naquele momento o trio partira pela Rota 305, ao leste da cidade. O local não era diferente de nenhuma outra rota, era agradável e o contato com a natureza era claro. Várias crianças rodeavam o local, e diversos tipos de Pokémon apareciam, não parecendo se importar com a presença dos humanos.
                –Aqui diz que é o lema da cidade é: “A Cidade da Diversão, onde todos voltam a ser crianças outra vez”. –Leu Sam.
                –Sai fora. Já tive uma infância conturbada demais para voltar para ela. –Resmungou Lilly
                –Sentido figurado não é o seu forte, né? –Perguntou ironicamente Drake
                –Claro que é, você não entendeu que eu só estava fazendo uma observação?
                –Pelo jeito perguntas retóricas também não. –Disse Sam não conseguindo esconder o riso.
                O grupo continuava o percurso, sem dificuldades. Não era complicado atravessar a Rota, uma vez que ela não era tão extensa. Drake parecia empolgado, por alguma razão ele parecia ter grande ansiedade para chegar naquela cidade. Ele acabou fazendo uma pergunta para animar seus amigos:
                –Vocês já foram para Funment City?
                –Na realidade nunca. Falam tanto mas eu nunca fui. –Respondeu Sam. – Você já?
                –Já, sim. Vivia tendo excursão da escola pra lá. Mas acho que a cidade deve ter mudado. –Concluiu o garoto.
                Logo era possível ouvir diversos barulhos, realmente a rota estava terminando. Uma imensa placa aparecia em seu final, com o nome da cidade e seu lema extremamente coloridos, o que chamava a atenção de longe. Os três saíram correndo, e agora os Pokémons já não eram tão comuns no lugar.
                Logo eles haviam chegado à cidade. Os três permaneceram boquiabertos por alguns minutos. A cidade era fantástica, imensa e extremamente barulhenta. Era como um parque de diversões gigante, que aliás, era o forte de seu lugar. Havia diversos brinquedos espalhados pela cidade, vários parques. Era um paraíso para qualquer um, vendiam–se doces e porcarias a todos os momentos, e músicas altas e animadas incrementavam a essência do lugar. Não havia ninguém emburrado, todos se divertiam e curtiam tudo, principalmente as crianças, devido ao feriado.
Além dos diversos parques abertos haviam brinquedos soltos espalhados pelo lugar, assim como um grande número de lojas com os mais diversos equipamentos voltados para a diversão e o entretenimento. Mais ao norte da cidade, ficavam os cassinos, onde seria o lugar para a diversão dos adultos. Era realmente a “Cidade da Diversão”, independente da idade, independente dos gostos e independente da personalidade.

                –Vish, chegamos! –Disse Drake saindo do transe.
                –Eu tenho o pressentimento de que essa cidade é um pouco movimentada. –Comentou Sam.
                –O que interessa é que eu vou desafiar o Ginásio. Vamos lá. –Comentou a garota puxando os dois amigos, tentando ignorar a vontade tremenda de testar todos os brinquedos e adentrar todas as lojas.
                –Ele não vai estar aberto, Lilly. Hoje é feriado, duvido que o Gym Leader vá perder um dia de folga nessa cidade trabalhando. –Interrompeu o jovem de cabelos azul–claro.
                –Maravilha, mais líderes irresponsáveis. –Sussurrou Sam para si mesmo.
                –E o que vocês vão fazer? Sinceramente eu vou tirar a prova. –Falou Lilly deixando os dois.
                –Vai lá, eu vou dar umas voltas em todos os brinquedos dos parques! Você vem comigo, Sam?
                –Talvez eu vá me arrepender, mas sim, eu vou. –Concordou ele.
                Os dois exploraram todos os lugares de uma rua. Drake parecia fascinado com tudo, os jogos extremamente divertidos e tudo que parecia atrair a atenção deles. Sam parecia desconcertado, tentando se “achar” em meio à cidade. Drake procurava algo que realmente valesse a pena, embora tudo parecesse tentador. Pessoas fantasiadas passavam por todos os lugares, era tudo fantástico. Risos acompanhavam todos, a energia daquele lugar era única, parecia que felicidade era exalada por todos os lados, ou melhor, estava presente até mesmo no ar.
Eles acabaram chegando a um lugar, onde um homem jazia sentado sobre uma plataforma que permanecia presa em uma parede, onde o chão era água. Ao lado dele tinha um alvo, onde as pessoas tentavam acertar uma bola de borracha para derrubá–lo.
                –Ahh eu adoro esse jogo. Nós temos que usar essas bolinhas para acertar naquele alvo, e se acertarmos o homem sentado cai na água. –Explicou Drake.
                –Coitado, ele está até de roupa de banho. Sinto pena dele... –Respondeu o outro.
                –Pena por quê? Nessa cidade todos são alegres e de bom humor, o oposto da Lilly. Olha lá, ele está até rindo. –Falou ele apontando.
                –Ele não está rindo, Drake, é que aquela mulher acertou os “países baixos” dele, ao invés do alvo. –Disse o jovem com uma expressão de dor no rosto.
                –Vish, essa deve ter doído. Vai ser ruim de mira assim lá na conchinchina. –Praguejou ele. –Por que você não tenta?
                Após dizer aquilo ele entregou uma bola de borracha na mão de Sam, que parecia receoso. Caso ele errasse, seria um perdedor. Caso acertasse, poderia causar prejuízos para o homem, que na realidade não estava nem um pouco preocupado com aquilo, até porque um banho na água gelada seria ótimo naquele calor.
                –Ai, eu nem quero ver. –Disse ele cobrindo os olhos com uma das mãos e lançando a bola coma outra.
                Sam havia jogado a bola sem ver, e inconscientemente acabou acertando o homem na cabeça, que acabou caindo com o golpe na água como uma pedra, espalhando água para todos os lados.
–Eu acertei?
                –Acertar? Você nocauteou o coitado com um head shot, mas pelo menos ele caiu na água. O resultado é o que importa, agora bora pegar os Tickets. –Respondeu ele.              
                Os garotos pegaram tíquetes, que você ganhava caso vencesse em algum dos brinquedos. Quando você juntava certa quantidade poderia trocar por algum item valioso em várias lojas especializadas na cidade. Esse era um dos pontos que faziam os jogos serem tão famosos na metrópole.
                –E agora, o que vamos fazer? –Perguntou Sam.
                –Que tal brincarmos de carrinho de bate–bate? –Sugeriu o garoto.
                Os dois prosseguiram até um grande espaço, onde carrinhos de bate–bate de diversas cores jaziam, esperando a garotada entrar para se divertir. Drake e Sam pagaram as entradas e logo se aproximaram de um carro cada um.  Sam parecia examinar o objeto com certo receio, até enfim pronunciar–se.
                –O que eu tenho que fazer?
                –Tipo... Dirigir o carrinho... E bater! –Explicou Drake com uma expressão óbvia no rosto.
                –Dirigir? Mas não precisa de carteira de motorista? –Questionou ele incrédulo.
                –Affe, Sam. Vamos de uma vez. –Respondeu ele esfregando a palma da mão no rosto.
                Os dois entraram. Drake estava em um carrinho alaranjado, com labaredas azuis e Sam em um verde de diversos tons. Drake adorava chegar e dar uma pancada em alguém, enquanto que o outro não fazia idéia do que estava fazendo. Sam dirigia para todos os lados, mas acabava sempre sendo empurrado para longe, porém parecia estar se divertindo. Era um brinquedo peculiar, o objetivo era chegar e dar uma trombada na pessoa a sua frente e jogá–la para longe.
                O espaço onde ficavam os carrinhos era bem espaçoso, de forma que várias pessoas pudessem se divertir ao mesmo tempo. O relógio parecia parar durante a brincadeira, porém ele continuava andando até enfim acabar o tempo. Os dois saíram do brinquedo um pouco tontos.     
                –É impressionante dizer mas acredita que eu gostei muito? –Disse Sam surpreso com sigo mesmo. –Ei, por que a Torre de Rádio está aqui?
                –Ahn? Ahh, não é a torre de rádio, é apenas uma cópia, um brinquedo. Espera só para ver o que acontece! –Explicou ele.
                Era apenas uma réplica da Torre de Rádio de Tranmency Town, até aí Sam parecia gostar da idéia. Porém ele vira uma espécie conjunto de cadeiras, com várias pessoas sentadas ao redor do local, subindo até o topo do grandioso prédio falso. Após chegar no topo, todos despencaram com uma força tremenda, parando segundos antes de se espatifarem fatalmente no chão. Sam estava pasmo pelo que acabara de ver, enquanto que Drake estava rindo pelos gritos das pessoas.
                –Eu NUNCA vou nesse brinquedo. –Falou o jovem aterrorizado.
                –Então bora em algum outro brinquedo!  –Sugeriu ele.
                Os dois entraram em todos os jogos pela frente, até mesmo em alguns fliperamas ou brinquedos absurdamente infantis. Tudo parecia divertido e novo, era uma sensação ótima estar com os amigos se divertindo em meio a um lugar tão vibrante como Funment City. Então, Drake acabou sugerindo para que fossem na Montanha–russa.
                Após a sugestão os dois entraram na fila para adentrar o grandioso brinquedo, uma das maiores atrações na cidade. Aquela montanha–russa dava voltas e piruetas surpreendentes, e era possível ver o receio extremo estampado em seu rosto. Ao subir os gritos dos dois eram no mesmo tom, porem as expressões faciais de cada um eram totalmente diferentes. O carrinho dava piruetas e giros no ar, de forma que por algum momento os visitantes parecessem flutuar. Assim que saíram Sam começou a se sentir meio tonto, parando para vomitar em um saco de lixo que encontrara.
                –Não se preocupa Sam, é normal vomitar depois de andar de Montanha–Russa. Só não precisava manchar minha calça, né?
                –Desculpa. Acho que eu estava meio cego na hora. –Falou o jovem ainda meio tonto.
                Drake sentiu uma sensação esquisita naquele momento. Uma sensação boa. Ao virar–se, depararam–se com Rose Shine, que se aproximava cada vez mais dos dois. Drake parecia demonstrar grande espanto mas ao mesmo tempo grande alegria em revê–la.
                –Olá meninos. Como vão? Que surpresa agradável encontrá–los por aqui. –Disse a menina com sua voz angelical.
                –Fala aí, Rose! Bom, acabo de descobrir que o Sam nunca foi em um parque de diversões, então ele nocauteou um cara acertando os bagos dele, foi arremessado para longe em um carrinho de bate–bate e acabou de vomitar depois de ir na montanha–russa. –Respondeu ele. –E você?
                –Ahh vejo que devem estar se divertindo, então. –Sorriu. –Eu estava de passagem, então vim na verdade experimentar esses algodões–doce de Swablu, soube que eles são uma especialidade da cidade.
                –Que show. Vou comprar um também. Quer um, Sam?
                –Não, obrigado. Na verdade acho que vou checar as lojas de eletrônicos por hora e regressar no Pokémon Center, já tive muita diversão por hoje. –Respondeu ele. –Mas divirtam–se.
                Eles se despediram, e os dois aproximaram–se de uma barraquinha, onde eram feitos algodões–doce a todo momento. Drake pegou sua carteira e pagou os dois, oferecendo um para Rose, que fez um gesto de agradecimento.
                –Rapaz, esse troço é muito bom mesmo. Você tem bom gosto, ein? –Sorriu ele.
                –Obrigada por pagar o meu, foi muito gentil de sua parte. –Agradeceu ela. –Aquele é o tal “Túnel do Amor”?
                A garota apontou para um pequeno riacho, coberto em sua maioria por um teto, semelhante a um túnel, onde barquinhos flutuavam naquela água límpida e cristalina. Era uma atração conhecida como o “Túnel do Amor”.
                –É sim, uma das maiores atrações na cidade até o que parece. Mas é só um barquinho boiando em um riacho subterrâneo cheio de música e atrações românticas.
                –Parece interessante. Você já foi? –Perguntou ela.
                –Umas quatro ou cinco vezes, mas só é da hora na parte de beij... Quer dizer, não, nunca! E você? –Disfarçou ele.
                –Não. Parece interessante, qualquer dia vou experimentar. –Disse a garota pensativa.
                Ela parecia disposta a entrar naquele lugar, porém sozinha não seria uma boa idéia, até porque o objetivo era o romance. Ela então tentou disfarçar com outros assuntos, porém Drake insistiu.
                –Por que não agora? Qualquer dia pode ser tarde demais. –Disse ele levantando–se.
                A garota por um momento pareceu observar o rosto dele. Seus olhos estavam sérios, ele certamente não estava de brincadeira e mantinha a mesma expressão confiante. O coração da garota por um momento começou a bater mais rápido, fazendo–a corar.
                –Só por hoje? –Perguntou ela estendendo a mão.
                –Só por hoje. –Concordou ele segurando na mão dela.
                A entrada era toda pomposa, cheia de música. Os dois sentaram–se em um barco e entraram no túnel. Dentro era maravilhoso, havia atrações musicais, todas voltadas para o romance enquanto que o barco boiava suavemente pelo riacho cristalino. Os dois curtiam o local, até que acabaram trocando olhares. Por um instante eles permaneceram parados, se encarando, até que os dois lançaram sorrisos singelos naquele momento. Aquilo poderia dar certo.
                Um pouco longe dali, Lilly caminhava para o Ginásio, finalmente o encontrando. Era um grande palácio branco, muito semelhante a um castelo. Grandes peças de um jogo de tabuleiro decoravam a construção por fora, e a porta era grandiosa como de uma mansão de histórias antigas. Porém as portas estavam totalmente fechadas, enquanto que um senhor jazia na porta, e indicou para Lilly que o local não abriria naquele dia. A garota frustrou–se e saiu pisando duro do lugar, até enfim chegar a um conjunto de grandiosas lojas.
                –Compras?
                A menina adentrou algumas das lojas. Havia todo tipo de coisa, jogos e filmes em especial. Brinquedos também eram fortes atrações. Havia lojas até mesmo com os Pokémons mais raros do continente, porém os preços extravagantes impediam que a garota pudesse pensar em comprar qualquer coisa. Ela olhava para os lados confusa, tudo parecia infinito, ainda mais com uma grande multidão se retorcendo para testar tudo.
                Lilly enfim sentou–se em um banco dentro de um grandioso Shopping, tirando seus tênis para que seus pés respirassem em paz. Ela viu uma pequena garota andando com seus pais juntos, e por um momento ela pareceu congelada ao vê–los.
                –Vocês são os melhores pais do mundo! –Falou ela abraçando os dois.              
                A jovem pareceu congelar por um momento, derrubando sua bolsa no chão e espalhando todos os objetos que guardara. Um estranho senhor perfeitamente trajado aproximou–se. Ele aparentava já ter idade, porém seus cabelos eram impecáveis, sequer um fio ousava ficar fora do lugar enquanto que um bigode lhe dava um ar misterioso. Ele pareceu ajudá–la a juntar seus apetrechos.
                –Deve prestar mais atenção em um lugar como esse. Lugares movimentados requerem o dobro de cuidado. –Dizia ele deixando–a confusa.
                –Q–quem é você mesmo? –Questionou ela.
                –Isso não importa agora. Você é a garota que esteve envolvida com a Equipe Dark nos últimos dias, estou certo?
                Ele parecia ler a mente da garota. Ela parecia espantada com o homem.
                –C–como você sabe?
                –Você é treinadora? –Perguntou ele ignorando a pergunta dela a princípio.
                –Sou sim. Lilly Hanley. –Apresentou–se ela receosa.
                –Pois bem, em uma batalha é necessário sempre ter o olho à frente. Esteja atenta a tudo que acontece, e saberás o que fazer. –Aconselhou ele. –Veio desafiar o líder da cidade, estou certo?
                Ela apenas ficou em silêncio. Lilly acreditava que o homem adivinharia a resposta antes que ela pudesse dizer qualquer coisa, e de fato estava certa.
                –Apenas preste atenção. O Gym Leader daqui é um exímio estrategista. Preste atenção no que ocorre em sua volta, como nesse Shopping, então irá encontrar a resposta para seus problemas. –Concluiu o homem. –Nos vemos em breve.
                Lilly permanecera fixa naquele lugar. Ela não entendia nada do que havia acontecido nos últimos minutos. Aquele estranho sujeito em poucas palavras conseguiu descobrir tudo sobre a garota, parecia ser um grande treinador porém ela tinha dúvidas a respeito do mesmo. Mas o que daria na cabeça de alguém para sair dando conselhos para os outros?
                Ela enfim saiu do grandioso local, aproximando–se de lojas menores mas ainda assim movimentadas. Lilly sentiu uma sensação esquisita naquela hora, parando próxima das lojas de artigos virtuais e eletrônicos. Uma espécie de robô jazia na prateleira, um dos artigos mais famosos embora poucos tivessem o privilégio de comprá–lo. A menina encarou o objeto de forma triste, como se aquilo lhe trouxesse lembranças de sua infância conturbada. Não se sabia que passado a garota escondia, porém ele não parecia ser simples. Até que uma coisa mudou a expressão da menina para confusa.
                –Fala sério, que robô patético. Tem cara de nerd e fica mexendo no vidro igual um imbecil. –Disse ela aproximando os olhos da vidraça e vendo que se tratava de um humano. –Putz, é o Sam! Esse vidro faz tudo parecer robô.
                O jovem parecia estar ainda mais surpreso na presença da garota, mas saiu da loja contente em encontrá–la. Por alguma razão ela parecia estranha, mal sabia ele que muita coisa acontecera.
                –Você estava aqui? Parece que não teve sucesso no Ginásio. –Concluiu ele até ver uma pequena lágrima no rosto da garota. –Está tudo bem?
                –S–sim, é só coisa minha. –Disse ela enxugando os olhos. –E parece que o Líder é folgado mesmo.
                –O sistema de hoje em dia não é igual os antigos. Os Gym Leaders não cumprem mais as obrigações como antes, apenas a Elite se mantém em pé com rigorosidade. Quero ver o dia em que alguém realmente bote ordem no continente.
                –Eu vou ser essa pessoa. –Disse a garota confiante, como se fosse seu dever.
                –Se serve de consolo, eu nocauteei um homem no tiro ao alvo e acabei de vomitar. –Sorriu ele.
                –Na verdade serve sim, obrigada.
                –Olha, isso pode te alegrar! –Disse ele apontando para um pôster que jazia na parede.
             
                –Este torneio está bem próximo. Por que não nos inscrevemos? –Sugeriu ele.
                –Isso, vai ser ótimo! Ih, mas é em duplas... Cadê o Drake? –Perguntou ela.
                –Ele está com a Rose, seria legal se eles se inscrevessem também. Por que não vamos nós dois? Como seu mentor seria uma ótima experiência. –Sugeriu o jovem.
                –Não me leve a mal mas eu nunca te vi batalhando sério... –Disse ela
                –Tenho algumas cartas na manga, pode confiar. –Falou o jovem arrumando seus óculos.
                Enfim eles decidiram sair do local e voltar para o Pokémon Center, o dia já havia garantido muitas aventuras e no dia seguinte Lilly faria uma disputa importante. Quando entraram encontraram Drake em sua cama, e Lilly não resistiu fazer uma piadinha:
                –Olá sumido. Fiquei sabendo que você foi bater um rango com a Miss Pink.
                –Olá sumida. Sim, eu fui. Foi maravilhoso mas... Foi uma droga. –Falou ele fazendo os dois se entreolharem.
                –Por que?
                –Cinco vezes! E nenhuma falhou, na hora da música dos cupidos eu peguei todas as meninas que eu fui... Menos a Rose!  –Praguejou ele fazendo Sam rir.
                –Meu deus, que desastre! Pobrezinho, faz biquinho, faz. –Caçoou Lilly.
                –Tudo bem, eu adoro desafios. –Sussurrou ele para si mesmo. –Alguma novidade?
                –Ahh acabamos de encontrar um pôster fascinante. Um torneio em duplas te interessa? –Perguntou ele. –Eu e Lilly estamos competindo...
                –Fechou, cara. Vou chamar a Rose. Vamos extravasar nessa joça! –Disse ele cerrando os punhos. – Ainda mais quando eu tiver treinado mais com a Nova.
                –Nova? Quem é Nova? –Perguntou o jovem
                –Ahh, eu não falei? É o nome que eu dei para a Lepidler. Legal, né?
                –Quero ver passarem por cima da gente! –Disse a garota confiante colocando uma forte competição entre os três.
                Sem dúvida Funment City é uma cidade divertida, porém que esconde intrigas e desafios únicos. Seria Lilly capaz de vencer o Gym Leader da cidade e competir no Torneio com Sam? E quanto a Drake e Rose, como essa dupla se sairá? Uma coisa é certa, quando se trata dessa cidade, nada é igual.

3 comentários:

Dac disse...

Gostei de certas partes.
Não houveram tantas partes que prendessem minha atenção como nos anteriores, o humor ficou um tanto forçado e uma cidade totalmente baseada em diversão me parece meio desinteressante, apenas a gym battle da Lilly e o torneio vão conseguir marcar a cidade(opnião minha) . O lado bom do capítulo foi o Sam ter revelado um pokémon dele e a Lilly e o homem que deu conselhos para ela e a aparição da Rose(ainda lembro de quando você citou-a no começo da fic).

CanasOminous disse...

Devo dizer que quando um escritor fala que o capítulo foi o melhor para ele até o momento eu passo a tentar ler com outros olhos. Ainda mais quando os dois autores tem escritas tão parecidas e gostos tão similares quanto eu o Haos (: O capítulo foi fantástico cara. Talvez tenha ficado ainda melhor porque eu sei exatamente onde você se baseou para criar tudo isso, acho que esse capítulo é mais do que só mais um seu roteiro, é um pedaço da sua vida, e por isso para mim ele foi simplesmente o melhor até agora.

Eu odiaria viver numa cidade que é um parque de diversões, acho que não gosto de ver muita gente feliz e nem consigo aproveitar nada (Na época que eu ia eu era muito criança e tinha medo de todos os brinquedos, até hoje deve estar assim kkk) A cidade em si me pareceu muito criativa, é como uma junção de Nimbasa em Unova para a criação de uma cidade onde não existe mal humor. (Eu preciso urgentemente visitar uma dessas kk) Não procuro muito comédia nas fanfic, mas achei que aqui ficou na medida certa. Não achei muito forçado não cara, são acontecimentos, não é aquele tipo de capítulo que praticamente nos obriga a dar risada e não tem mais nada além de comédia. E por isso eu gostei dessa mistura, algo descontraído com excelentes conversas entre os personagens, que cada vez encontram-se mais carismáticos e reais com os capítulos que você aperfeiçoa a cada semana.

Devo dizer, meu companheiro Haos, foi o melhor para mim até agora. Odeio túnel do amor porque nunca tive uma namorada para ir comigo kkk E aqueles bonequinhos cara... Eles são muito creepy. Acho que eu morreria de medo da Radio Tower, vai que ela... solta de nova AUEAUHE Mas quer saber? Sua ideia para a cidade foi muito bacana, mostrou muito à respeito dos personagens, de tudo sobre eles, e você sabe, é que eu mais prezo numa história. Adoro a personalidade de cada um deles em seu enredo (: Excelente capítulo, estarei na espera de um próximo.

Haos Cyndaquil disse...

Yo Gente! Sorry a demora para responder seus comentários, estou meio enrolado com o blog nos ultimos dias ^_^'

Zekrom- Ehh cara, foi bom você me dar uma dura para que eu visse outras opiniões, de forma que eu possa não repetir nas próximas vezes. Porém, vamos levar em conta que se a cada capítulo houvesse uma Gym Battle, um Contest, ou um encontro com uma facção criminosa vocês já teriam parado de acompanhar a estória há semanas. Nossos protagonistas precisam de descanso, mas não se preocupe, essa cidade ainda vai te surpreender ;)

Canas- Obrigado pelos elogios (acho que eu respondo isso toda semana kk), mas me enganei, talvez o 16 seja o meu melhor, e o 17.5 o melhor de toda a fic \o/ (exagero, vão haver outros melhores ainda kk). Se eu te contar que nunca fui em um parque de diversões assim você acreditaria? Acho que o que eu passei para o papel seria como eu imagino que o parque perfeito seria, um lugar onde ninguém está triste ou bravo, e que todos conseguem se divertir juntos pelo menos uma vez. Acho que esse tipo de sentimento que eu quis passar. Espera só até você ver o Capítulo 16, ele ficou ótimo na minha opinião.

Obrigado pelos comentários, vocês dois, nos vemos todos em breve o/

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