Capitulo 4

        A tarde chegava para Ethron. O sol estava alaranjado e brilhante. Drake e Lilly continuavam seu caminho pela Rota 302. Naquele momento, eles já haviam parado para batalhar contra outros treinadores que esperavam por adversários.

   -Agora Fippy, hora de acabar com ele! Use Ember!  -Comandou Lilly eufórica.

    O Pokémon abriu sua boca, atirando pequenas brasas. O ataque atingiu o Pokémon adversário e o derrotou.

    -O quê? Como você me venceu? –Gritou um pequeno garoto incrédulo

    -Mais sorte da próxima vez, Mané! –Falou a garota, fazendo o menino chorar e todos olharem para ela

    -Viiiiixi! Parou, parou! Chega, chega! –Dizia ela tentando acalmar o garoto enquanto olhava para os lados pensando se ainda a observavam. –Caramba, alguém enfia uma rolha na boca deste moleque!

    Enquanto isso Drake também estava em uma batalha, contra um garoto possivelmente da mesma idade dele.

    -Spark, use agora Charge! –Ordenou ele

   O pequeno esquilo voador começou a lançar faíscas em torno de si mesmo, revelando um pequeno brilho amarelado, porém, nenhum dano pode ser visto, baixando a guarda do adversário.

    -Haha, ele deve ter errado! Agora eu, use o Grass Knot, Seedush! –Gritou o jovem para seu Pokémon.

    O pequeno pokémon lançou pequenos chicotes que derrubaram o pequeno Emolga, porém sem causar muitos danos

   -Vamos lá amigo, use o Spark! –Pediu o jovem liberando um sorriso.

   O pequeno esquilo começou a brilhar amarelo, até que atacou o adversário como uma investida deixando um rastro elétrico, que derrubou o Seedush adversário.

    -C-como? –Suspirou o garoto.-Eu tenho vantagem contra seus Pokémons!

    -Charge aumenta a minha Special Defense e se no próximo turno eu usar um ataque elétrico, o que eu fiz, o próximo ataque tem o dobro de dano. –Explicou o jovem com uma feição confiante.

    Os dois sem dúvida estavam melhorando cada vez mais em batalhas. Suas experiências estavam se tornando maiores, tal como a de seus Pokémons. Os dois pegaram suas bicicletas, que jaziam encostadas em uma árvore o voltaram seu rumo para Aurora City. O sol já se punha, anunciando que a noite logo chegaria.

    -Bem, eu já estou pronta pra minha primeira batalha de Ginásio! Vou vencer o Líder de lá fácil fácil. –Comentava a garota.

    -Duvido muito! –Provocou Drake. –Acho que vai demorar pra gente chegar em Aurora City ainda. Não é melhor a gente arrumar os sacos de dormir e preparar algo para comer e amanhã retornar a viagem? Não vai dar tempo de chegar antes de anoitecer. E assim podemos nos perder.

    -Tem medo do escuro, Drake? –Perguntou ela com um tom malicioso.

    -Claro que não. –Respondeu ele sinceramente.

    Os dois pegaram sacos de dormir de suas mochilas e estenderam no chão.

    -Você pega lenha e eu procuro algo pra gente comer. –Ordenou Drake.

    -Tá bom. Vê se acha algum filé com fritas. Eu to morta de fome. –Falou a garota coçando a barriga.

    -Oh, claro! Vou pedir para o garçom trazer. Quer acompanhamento? –Ironizou o jovem. –Estamos no meio do nada, não em um restaurante cinco estrelas.

    -Ai, que mau humor! Eu queria dizer pra você procurar batata e algum Pokémon selvagem pra gente comer. –Disse ela

   -Que nojo, Lilly –Gritou ele virando as costas e entrando em meio dos arbustos e árvores

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   Enquanto isso, não muito longe de Drake e Lilly, outra bicicleta podia ser vista. Era Sam, pedalando o mais rápido possível.

   -Ai... Minhas pernas estão doendo. Mas ainda falta muito pra chegar lá... Afinal de contas, o que tem nessa maldita pasta? –Suspirava  ele enquanto pedalava, já sem tanto ânimo. Mal imaginava ele, que seus problemas mal haviam começado.

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    Naquele exato momento, Lilly e Drake acabaram de retornar para onde tinham estendido os sacos de dormir. Drake havia encontrado apenas algumas frutas, o que desapontou Lilly. A garota havia conseguido a lenha.

   -Ahh... Não encontrou nem mesmo um Deerling? –Reclamou a garota brincando.

   -Quase que eu nem frutas encontro. –Suspirou ele.

   Os dois sentaram e começaram a comer. Nem um dos dois ousava pronunciar uma palavra. Por minutos. Até que Drake quebrou o silêncio ao tocar uma de suas orelhas quando foi arrumar seu cabelo.

   -Oh não! –Disse ele tocando a outra orelha.

   -Que foi? –Perguntou ela.

   -Minha orelha direita está quente e minha esquerda está fria. –Disse Drake como se fosse algo extraordinário, ainda que preocupado.

   -E daí? Que fruta você comeu? Viiixi. Será que uma dessas Berries é venenosa? A polícia vai achar que eu te matei! Vou dar o fora daqui. –Disse a garota levantando-se.

   -Quê? Não, é sério! Melhor a gente sair daqui. –Disse Drake largando sua fruta.

   -Hm? Nananinanão! Eu saio e você fica. Assim eu saio ilesa.

   -Lilly, eu não to envenenado. É sério. Corre! –Gritou ele puxando a garota pela mão.

   -Ficou louco moleque? Eu deixei minha Berrie lá!

   -Lilly, minha orelha direita está quente e minha esquerda está fria! Algo ruim vai acontecer.

   -Como? É a maior besteira que eu já ouvi! –Gritou ela.

   -É sério. Sempre que isso ocorre algo ruim irá acontecer. Da primeira vez que eu senti isso... O incidente com os Pokémons ocorreu.  –Suspirou ele triste, como se não quisesse lembrar de algo, deixando Lilly também pra baixo.

   Lilly olhou para trás. Os dois ouviram um barulho de correntes que crescia cada vez mais. Em seguida, uma grande sombra apareceu na direção dos dois jovens, assustando-os.

   -Ahhhhh! Não me machuquem! –Disse uma voz assustada. Lilly e Drake abriram seus olhos vendo que tratava-se apenas de um garoto.  Os dois respiraram aliviados. Ele não tinha uma aparência nada assustadora. Era um jovem pouco mais alto que eles, com cabelos azuis que chegavam em seu pescoço e óculos que cobriam seus tímidos olhos. Ele usava uma jaqueta azul e uma calça bege, sustentada por um cinto preto.

    -Calma cara, não vamos te machucar. Pelo contrário. Pensamos que você ia nos machucar. –Sorriu Drake estendendo a mão para ajudar o jovem a se levantar.

   -Hm? Crianças? Oh, desculpem... –Disse o jovem levantando com a ajuda de Drake e arrumando seus óculos e tirando sua maleta do cesto da bicicleta logo em seguida

    -U-ufa. Que susto. –Suspirou Lilly

    -Susto? Hahaha, você acreditou nas orelhas, no final não acha que é besteira! –Riu Drake.

    -E-era mentira? –Perguntou Lilly.

    -Claro que não! É pura verdade. Mas você “dizia” que era besteira. Mas acreditou, haha.

    -Droga. –Praguejou ela.

    Os três retornaram para onde haviam estendido os sacos de dormir, e sentaram-se para conversar e comer as frutas.

    -Então você também está indo para Aurora City? –Questionou Drake

     -Isso mesmo. Tenho que entregar a P.A.S.T.. Q-quer dizer, uma coisa, hehe. –Disse ele. Vocês são treinadores?

    -Eu sou. Meu nome é Lilly, o prazer é todo seu!

    - Eu sou Coordenador. Meu nome é Drake –Respondeu Drake. –E você?

    -Eu sou Analyzer. E me chamo Samuel. Mas não gosto do meu nome, então podem me chamar de Sam.–Respondeu ele contente.

    -Ahh. –Disse Drake com vergonha de não entender o que era Analyzer.

    -Analyzer? Que merda é essa? –Questionou Lilly sem nenhuma delicadeza.

    -Somos como pesquisadores, só que um pouco diferentes. Saímos em uma jornada para conhecer os Pokémons e aprender tudo sobre todas as espécies. Ataques, evoluções, eficiências... Basicamente tudo. –Sorriu ele.

    -E você ta em uma jornada? –Perguntou a garota.

    -N-na verdade não. Eu saio de vez em quando para pesquisar mais coisas mas não estou em uma jornada. Eu sempre volto para Newlife Town, porque eu fico bastante tempo no Laboratório de meu avô...

    -Quem é seu avô? –Perguntou o jovem

    -O professor Silver. –Respondeu Sam.

    -Séééério? Caramba mano, que da hora! Acho que a gente já se esbarrou, meus pais são muito chegados dele.

    -Quem são seus pais?

     -Nolland e Alice Eavans... –Respondeu Drake.   

     -J-jura? Você é Drake Eavans? Filho dos Eavans? Puxa! Eu não sabia! M-me desculpe.

     -Pelo quê, cara? Eu sou uma pessoa normal, hehe. –Sorriu Drake. –Eu fiquei meio offline esses quatro últimos anos, acho que por isso que a gente não se conheceu.

     -Por quê? –Perguntou Lilly.

     -Eu fiquei em Snowpoint City em Sinnoh porque fiquei para estudar e me “especializar” em tipos gelo. Com a... a... Candice... –Suspirou ele com os olhos um pouco avermelhados, provavelmente se segurando para não permitir que lágrimas caíssem.

     Naquele momento, antes que Lilly ou Sam pudessem questionar qualquer coisa, os três notaram outros sons ao redor de folhas mexendo. Eles perceberam que muitas figuras mexiam-se por trás dos arbustos e árvores. Por um momento eles ficaram inseguros, vendo que se fossem Pokémons, seriam pelo menos um bando deles.

    -D-Drake. –Disse Lilly tremendo.

    -Que é? –Respondeu ele sem olhar para a garota, concentrado no movimento das plantas.

    -S-se eu morrer agora... Eu juro que meu fantasma vai ir na sua casa de noite e arrancar essas suas duas orelhas defeituosas, seu desgraçado! –Gritou ela furiosa.

    -Affe! Pelo menos eu estava certo. Deve ser tipo... Efeito retardado...

    Sam estava ainda mais assustados que os dois. Ele sabia que havia boa chance de serem as pessoas que seu avô havia mencionado. De lá saiu um exército de homens e mulheres uniformizados. Todos com um uniforme com um “D”.

    -Q-quem são vocês? –Questionou Sam.

    -Isso não é da conta de vocês. –Disse um homem cujo uniforme era mais detalhado. –Apenas saibam que somos perigosos. Portanto, entregue a P.A.S.T.A.

    -Pasta? Que pasta? –Perguntou Drake confuso.

    -Eu não to com nenhuma pasta. Vai ver é com o Sam... –Disse Lilly

     Mas Sam estava congelado. Ele não sabia o que fazer. Estava cercado por pessoas que não sabia do que eram capazes. Mas por outro lado ele prometeu para seu avô que não entregaria a P.A.S.T.A para ninguém a não ser para o homem cujo codinome era “L”

     -Entregue a P.A.S.T.A. Não tenho o dia inteiro. Soltem os Houndours! –Ordenou o homem para seus soldados.

     Os soldados lançam Pokébolas soltando Pokémons que não pertenciam à Ethron. Sua pele era preta e tinha alguns detalhes cinzas. Eles tinham expressões de crueldade e mostravam que não estavam para brincadeiras.

    -AHHHHHHHHHHHHH! –Gritou Drake

    -Que foi moleque? E aliás, que Pokémons são esses?–Perguntou Lilly.

    -E-eu tenho medo de Houndours.

    -O QUÊÊÊÊ? –Questionaram Sam e Lilly incrédulos.

    -Excelente! Então entreguem a P.A.S.T.A se não quiserem eles os ataquem.

    -Por que você tem medo deles? –Perguntou Sam. –E eles não são de Ethron Lilly, são de Johto. Por que será que essas pessoas os tem?

    -Com a mandíbula eles são capazes de nos estilhaçar! Isso não assusta?

    -Não temos nenhuma pasta! Agora dêem o fora daqui! –Gritou Lilly.

    -Não estou falando com vocês! Estou falando com ele. –Falou o homem apontando para Sam.

    -Não podemos deixá-lo ameaçar o Sam! Vamos lutar! –Disse Drake pegando a Pokébola de Spark.

    -Bora! –Concordou Lilly.

    Os dois lançaram suas Pokébolas para o alto liberando seus três Pokémons. Sam surpreendeu-se ao ver um Emolga, que não era nativo de Ethron. Porém, ele também liberou Seedush que o Professor Silver o dera, e Drake pegou sua Pokédex para acompanhar dados sobre o Pokémon.

   -Tive uma idéia! –Sussurrou Sam. –Vocês cinco, tampem os narizes e as bocas!

    -Pra quê?

    -Apenas tampem! –Pediu ele.

    Os cinco obedecem a ordem do jovem, tampando suas bocas e narizes com as mãos, inclusive os Pokémons.

    -Agora Seedush! Sleep Powder! –Ordenou o jovem.

    Com isso, o pequeno inicial de grama liberou um suave aroma brilhoso de suas folhas. Quando os inimigos o inalaram, rapidamente caíram no chão adormecidos.

    -Agora fujam! –Ordenou Sam.

    -Não vão escapar! –Disse o homem levantando-se. Ele havia notado o pedido de Sam e também tampou seu nariz, não sendo colocado para dormir. –Saia Houndoom!

     Drake virou-se suavemente e viu o Pokémon do inimigo. Era a evolução dos Houndours, mais ameaçador que os outros. Seu corpo era preto e longo, e sua expressão causava terror em qualquer um. Tinha um colar com uma caveira no pescoço, sua cauda tinha uma ponta e ele possuía chifres em sua cabeça. Quando Drake o avsitou, ele parou de correr, e ficou paralisado de tanto medo.

    -Qual o problema, Drake? –Questionou Sam.

    -Sai daí, seu infeliz, você vai ser pego! Aí sim vai ser massacrado! –Gritou Lilly, mas o garoto permanecia imóvel. O medo lhe afetara bruscamente.

      Drake por um momento viu sua vida passar diante de seus olhos. Mas quando notou, haviam duas pessoas, uma de cada lado seu. Eram Sam e Lilly, que haviam voltado.

    -Você é patético! Mas não vou te deixar morrer. Afinal, fizemos um trato de ir para Aurora juntos, não é? –Sorriu Lilly ainda com suas sobrancelhas franzidas como de costume.

    -Isso mesmo! –Concordou Sam.   

    -Molgaaaa –Grunhiu o pequeno Emolga.

    -P-pessoal. –Sussurrou Drake. –Falou! Vamos chutar o traseiro deste cão mal encarado! –Gritou Drake com a confiança recuperada.

    -Fippy, Leer! Koalappy, Tail Whip! Gritou Lilly.

    Os olhos de Fippy brilharam, enquanto que Koalappy fizera um movimento com sua cauda, ambos diminuindo a defesa de Houndoom

    -Seedush, Tackle! –Pediu Sam.

    O pequeno Pokémon correu na direção do cachorro e o atacou frontalmente.

   -Amigo, use o Spark! –Ordenou Drake.

   O Emolga começou a brilhar amarelo, e atacou Houndoom rapidamente, deixando um rastro amarelo e brilhoso por onde passou

   -Não consigo acreditar! Derrotaram Houndoom? –Questionou o homem incrédulo. –É melhor voltarmos. Afinal, é apenas a P.A.S.T.A A ,mesmo. E dou a minha palavra que se arrependerão de se colocar no caminho da Equipe Dark! Vou destruí-los nem que seja a última coisa que eu faça! Tudo que a mestra fizer comigo será por culpa de vocês! Então fiquem espertos! –Ameaçou o homem.

   Em seguida ele ordenou que Houndoom usasse SmokeScreen, fazendo com que eles desaparecessem no meio da fumaça. Quando ela se dissipou, já não havia mais ninguém na rota a não ser os três humanos e os Pokémons

   -Equipe... Dark...? –Sussurrou Drake.

    -Meu coração... Estou tremendo! –Disse Sam.

    -Vamos voltar e pegar nossas bicicletas, porque estão lá atrás. –Disse Lilly

    Os três voltam e pegam as bicicletas que não estavam muito longe. Então eles começam a pedalar novamente, rumo a Aurora City depois do ocorrido, nenhum dos três conseguiria dormir mesmo.

    -Sam, porque eles queriam tanto uma pasta sua? –Perguntou Drake

    -B-bem... P-porque... Ela é cara! I-isso, ela é cara! E como são l-ladrões eles queriam roubá-la. Hehe! L-ladrões, né? –Mentiu Sam.   

    -Entããão ta... –Disse Lilly ironicamente.

    -Pessoal... Obrigado por me ajudarem naquela hora... –Agradeceu Drake. –Se não tivessem voltado não sei se estaria aqui...   

   -Ora, não foi nada. –Disse Sam.

    -Claro que foi! Eu queria te deixar, mas Sam mandou a gente voltar. –Mentiu Lilly

    -De qualquer forma... Acho que nós três combinamos, não?

    -Como assim?

    -Vou direto ao ponto! Por que nós não saímos em uma jornada? Os três? –Perguntou o jovem

    -E-eu? Vocês querem sair em uma jornada? COMIGO? -    Perguntou Sam.

    -Claro! Tenho certeza que tem muito para nos ensinar! –Sorriu Drake. –E afinal, a Equipe Dark vai estar atrás da gente... Então é melhor que estejamos juntos de novo, da próxima vez, não?

    -Bem... Acho que podemos tentar. –Sorriu Lilly com um tom de voz tranqüilo, bem diferente da gritaria que todos estavam acostumados.

    -Eu adoraria! Então vamos! Rumo à Aurora!

      Os três jovens chegaram à uma conclusão: Deveriam viajar juntos até por razões de segurança. Mas muitos mistérios por parte de nossos protagonistas ainda faltam serem resolvidos. Sam vai contar sobre a P.A.S.T.A para seus amigos? Lilly vai explicar os problemas com sua família? E o que teria de errado na época de Snowpoint para Drake?