domingo, 6 de outubro de 2013


Sobre o Capítulo

Enquanto passo por esse frio, estamos com um capítulo que reflete o calor. Portanto, caso estejam como eu, de abrigo, se imaginem tomando água de coco em frente a uma praia paradisíaca dessas. kkkk' Espero ainda visitar um lugar destes, onde a água é limpinha e o mar como um todo possui todo aquele tom turquesa... Onde a areia não tem lixo jogado... Enfim, enfim (antes que eu me perca nos devaneios kkk) posso dizer que gosto deste capítulo porque reforça a união entre os personagens. Já corremos demais com o enredo, agora vamos caminhando como deveria ter sido. Gosto do clima de tudo por aqui, principalmente porque adoro praia, só tenho boas lembranças das vezes que fui, então escrever um capítulo assim não me deixaria mais pra cima. É como misturar um punhado de boas lembranças com um punhado de vontades. Espero que tenham um sentimento semelhante ao lerem. Curiosidade: A pulseira do final do capítulo existe sim e está no meu braço agora kkkk' Pedi para uma amiga fazê-la para mim, então posso dizer que estou com essa pulseirinha (que também adoro a simplicidade), a única coisa triste é usar o símbolo da amizade de meus próprios personagens. (Me senti um grande Forever Alone agora kkkkkkk)

Projetos...

Nas próximas semanas estarei começando o tão esperado projeto, Aventuras em Kalos. Devo dizer que isso irá encurtar um pouco mais meu tempo com Ethron, mas ainda pretendo continuar por aqui numa boa. Até porque tenho conseguido achar um bom tempo para escrever, nas aulas vagas de Quinta de manhã (frequento os plantões, mas sempre acabo chegando mais cedo, então fico com quase duas horas livre). E ninguém pode me processar por usar o Word no computador da biblioteca kkkkkk (Nada de errado, na verdade.) Também tive um pequeno surto de ideias a respeito do Yellow Rescue Team (que estava bem esquecido), então antes do próximo capítulo pretendo postar um novo esquema que tenho em mente).
                 

                   
                   Shoreside Town era uma das melhores cidades de Ethron.
                O calor predominava naquela manhã, de forma que muitas pessoas viajassem para a pequena cidade litorânea, a fim de aproveitar o tempo nas melhores praias que o continente poderia oferecer. A areia branca e macia, o mar de tons turquesa e verde claro, os pontos agradáveis para se visitar... Tudo era atrativo.
                Drake, Lilly e Sam haviam chegado na cidade tarde da noite, de forma que sequer pudessem reparar que havia uma praia por lá. Apenas adentraram o Pokémon Center e descansaram, almejando encontrar um local mais agradável para passarem os próximos dias.
                Os jovens saíram do estabelecimento na manhã seguinte, fitando a praia maravilhosa e paradisíaca que os aguardava. Drake parecia completamente feliz, não sabendo por onde começar a diversão, exclamando logo em seguida:
                —Sol. Areia. Água! É praia, rapaz! Não tenho dúvidas!
                —Que maravilha abandonar aquele frio costumeiro. —concordou Sam.
                Lilly pisou suavemente na areia com o tênis, tendo uma sensação estranha. Não era o concreto, a madeira, ou a terra em que estava acostumada a pisar, era macio e modelava-se conforme seu pé afundava.
                —Essa areia é... Esquisita. —comentou.
                —Como assim esquisita? —indagou o amigo. —Vai me dizer que você nunca esteve numa praia?
                Lilly hesitou.
                —Na verdade não. —respondeu. —Meus pais não tinham muito tempo para viajar, entende?
                Os pais de Lilly. Sam ouviu as palavras proferidas pela garota com cuidado. Ele ainda não tinha ciência de quem eram seus pais, mas pelo pouco que ouvira, a menina não tinha tantas boas lembranças destes. Apenas se perguntava por que ela receava em contar quem eram.
                —Vem cá, essa areia vai ficar assim mesmo? Dificultando que eu ande? —resmungou a garota.
                —É assim mesmo, mas você acostuma.
                —O que torna isso tão bom quanto dizem? —perguntou.
                —Tá brincando? Um mar lindo pela frente, sol pra aquecer os ânimos, comida típica do quiosques beira-mar, lindas moças de biquini... É tudo perfeito! —respondeu Drake, em êxtase. —Sem chatice, vamos logo entrar!
                Por sorte, o que não faltava em Shoreside eram lojas de roupa de banho. Puderam conseguir roupas simples, apenas para passar aquela semana na cidade. Os três vestiram-as, e logo em seguida olharam para a linda praia pela frente. Nenhum deles teve coragem de reclamar daquela situação, pois a vista não poderia ser mais perfeita.
                A água era cristalina, em tons que iam do azul ao verde, e era possível até mesmo ver o fundo, quando as ondas não vinham e levantavam a areia. O céu completamente sem nuvens era pouco mais claro que o mar, naquela profundidade, demarcando a linha do horizonte. A areia fofa era branca, e ninguém ousava poluí-la, como acontecia em outros lugares.
                Drake pediu para que um homem colocasse o guarda-sol em um local específico, e também solicitou três cadeiras. Escolheram um local mais calmo, onde poderiam apreciar aquela beleza natural de perto. Caminharam até o ponto, ouvindo outro comentário de Lilly.
                —O chinelo fica saindo.
                —Então tira ele. —respondeu Drake.
                Até que não parecia má ideia, afinal, a areia não era suja. Ela tirou o calçado, depositando os pés pálidos na areia macia. Lilly não foi capaz de acreditar naquela sensação maravilhosa. Incomodava, mas era um incômodo bom. Ela sentiu a emoção de não ter os pés aprisionados e protegidos, sentiu a realidade. Aquele momento estava incrível.






                —Isso me faz sentir livre.
                Drake não esperou ninguém para correr em direção da água, indo nas ondas de barriga e mergulhando de cabeça, após a profundidade certa. O rapaz soltou um grito de alegria, não se importando que os outros ouvissem. A água estava refrescante, principalmente naquele calor.
                Lilly pediu para Sam ir com ela também. Ela tinha medo daquele mar, afinal, ele ia até onde os olhos alcançassem, e sabia que sua profundidade era preocupante. Como as pessoas poderiam nadar tão tranquilamente, sabendo que poderiam ir parar do outro lado do mundo, ou serem sugados para as zonas abissais do oceano. Ou ainda se depararem com criaturas horrendas e assustadoras jamais vistas antes.
                —Nada disso vai acontecer com você. —disse Sam. —C-Confie em mim.
                A menina sorriu delicadamente.
                —Eu confio.
                Um ao lado do outro, avançaram para a água, a passos curtos e lentos. Drake os viu e fez sinal para que se aproximassem, indo para uma zona menos profunda, onde Lilly poderia se sentir confortável. Ela agradeceu mentalmente pelos amigos compreensivos que tanto caçoava, pois apesar de não dizer, ela os amava.
                Uma pequena ondinha tocou os pés de Lilly e de Sam, de forma que a garota pudesse sentir pela primeira vez como era ser tocada pelo mar. Não era ruim, e a água estava perfeita. Continuaram avançando, de forma que aos poucos a canela de ambos ficasse coberta. Puderam sentir o vai e vem das ondas.
                De repente, as ondas foram puxadas para o mar, deixando-os fora da água.
—O mar levou a gente de volta? —indagou a menina. A curiosa sensação do mar empurrar a pessoa de volta.
                —Não, isso também é normal. —riu Sam.
                E voltaram a avançar, novamente parando quando a canela de ambos foi coberta.
                —CACETA! Alguma coisa tocou no meu pé! —gritou a garota, agarrando o braço de Sam. —Será que é um Kingler?
                —Um Kingler não teria dez centímetros de altura. —brincou ele. —É apenas a areia do fundo que foi levantada pelo movimento das ondas.
                A garota encarou a água, e quando a areia baixou, realmente não havia nada.
                —É, acho que você tá certo. Mas se eu for mordida, a culpa é sua! —brincou.
                Sam riu e continuou a acompanhá-la. Drake notou que a menina ainda não largara do braço do companheiro, mas não disse nada, apenas sorriu com a cena. A passos lentos, finalmente alcançaram o amigo, ficando com até a parte de baixo do ventre coberta. Era uma sensação engraçada,  a água os puxava e trazia.
                —Cara, isso é… É muito legal! —exclamou a menina, afundando a cabeça. —Como pude viver tanto tempo sem fazer isso?
                Drake e Sam trocaram um olhar de satisfação. Era divertido ver Lilly em momentos em que a garota não tentava deixá-los para baixo ou tirava sarro de alguém. Poderiam ter a boa Lilly ao seu lado, e não havia ninguém que pudesse tirá-la do sério apenas com a presença. O tipo de momento que deveria ser aproveitado ao máximo.
                A menina brincou de espirrar água nos companheiros, rindo da reação dos mesmos. Drake afundou na água e puxou o pé de Lilly, fazendo-a soltar um grito, e após se dar conta de que era apenas uma piada, não fez nada, apenas caiu na gargalhada e jogou água em Drake, que sorriu. Sam tentou entrar na brincadeira, mas recebeu um jato de água duplo no rosto, antes que pudesse fazer qualquer coisa. Novamente todos riram da situação.
                Assim permaneceram, até que as barrigas começaram a querer chamar a atenção com roncos. Foram obrigados a deixar o mar para sentar sobre o guarda-sol que pegaram. Lilly se perguntou se havia algo para comer na praia, recebendo um aceno positivo dos amigos, que sugeriram pegar água de coco enquanto procuravam algum lugar para comer.
                Foram a uma pequena barraca, onde o dono pegou três frutos grandes como bolas de boliche e, com um facão, cortou o local certo para depositar um canudo. Lilly pegou o seu e bebericou o líquido, que estava gelado e refrescante, suavemente adocicado. Delicioso. Conseguiu sorrir e imaginar como sua vida mudara positivamente nos últimos tempos.
                —Qual o gosto? —perguntou Sam, mostrando um sorriso de canto.
                —Melhor que eu imaginava. —respondeu.
                Encontraram um quiosque com uma vista privilegiada para a praia. Não era muito sofisticado, arrumado, mas ainda transmitia um ar reconfortante, misturando o som do liquidificador, com o som de uma chapa fritando, e o barulho das ondas se quebrando ao fundo. O cheiro da maresia se misturava com o de fritura, mas nada muito pesado.
                Degustaram os pratos típicos de frutos do mar, experimentando algumas coisas nada saudáveis cujo aroma era capaz de entupir artérias. Mas ainda assim era muito saboroso. Os amigos continuaram ás risadas, aproveitando o bom tempo e a companhia. Sem rivais, sem interferências de outros. Apenas o trio.
                —Então, estamos de volta... O mesmo trio do início de jornada. —comentou Sam.
                —É estranho pensar que algum tempo atrás éramos desconhecidos. O que tínhamos na cabeça para decidir rodar o mundo na companhia de estranhos? —riu Drake.
                —Gente, fala a verdade, a vida de vocês nunca seria a mesma sem me conhecerem. —brincou Lilly.
                —Isso é verdade. —Drake fez uma pausa. —Só não sabemos se seria bom ou ruim.
                Lilly deu um soco no braço do amigo, e os três caíram na gargalhada novamente. Era bom, mais ao mesmo tempo estranho, era o mesmo trio de alguns meses atrás. Como podiam ter tanta intimidade e amizade assim?
                —Lembra de quando nos encontramos pela primeira vez? —indagou Drake.
                —Lembro. —respondeu Lilly de cara feia. —Foi quando veio um idiota e espantou os Pokémons iniciais e eu fui obrigada a caçar os malditos. Besta desde o princípio...
                —Ei, ei, respeito! Sem mim você mal saberia como começar uma batalha, se lembra?
                —Querem reclamar? Imaginem vocês chegando de viagem e tendo que sair por aí para entregar uma droga de pasta, encontrar duas crianças, e ser perseguido por uma facção criminosa. —sorriu Sam.
                —Verdade. Não tive uma boa impressão de vocês no começo. —respondeu Drake. —Nunca tive com pessoas, era difícil ter contato com elas.
                —Eu também não. Parece que minha personalidade cria uma barreira contra os outros. —disse a menina chateada.
                —E eu, que sempre fui o nerd do colégio, que só podia se aproximar dos outros quando era pra fazer trabalho com eles? Digo, para eles.
                O trio refletiu por um momento. Seria mesmo o destino, conforme Rachel disse, eles se encontrarem? Três rejeitados que se encontrariam e seriam amigos, donos do tipo de amizade mais forte existente?
                Decidiram sair do lugar e pagaram a conta, indo para as feiras famosas da cidade. Tratava-se apenas de um conjunto de lojinhas caiçaras que vendiam todo o tipo de bugigangas adoráveis: chaveirinhos, pulseiras, chinelos, roupas de banho, decorações... Era impossível passar sem querer comprar alguma besteirinha, por mais simples que fosse. Era como se a simplicidade dos objetos chamasse a atenção justamente por isso, por serem básicos.
                Lilly tinha seu cabelo preso em um rabo de cavalo, e pareceu realmente se identificar com aqueles adornos, por não serem tão chamativos e do tipo que alguma patricinha usaria. Viu pulseiras feitas a mão, com barbantes coloridos, e aquilo chamou sua atenção. Cada um dos fios entrelaçava-se, formando uma coisa só. Ela observou aquilo, e procurou seus amigos com os olhos, mas não encontravam-se lá.
                A menina comprou algumas e as escondeu em seus bolsos, procurando Drake e Sam. Os rapazes estavam em uma loja que vendia roupas para Pokémons. Drake pretendia algo do gênero para sua competição naquela semana, quando competiria por sua terceira fita. Queria algo diferente, algo belo baseado na beleza das praias e calor da região, mas não sabia ao certo o que escolher.
                —O que eu faço amanhã? —indagou para Sam, os olhos correndo pelos enfeites.
                —Sou a pior pessoa para falar de moda por aqui. —disse. —Procure algo simples, como as próprias lojas sugerem. O torneio vai estar repleto de ricos enfeitando Pokémons com trajes de grife e coordenadores experientes usando combinações baseadas nas novas tendências. Use a simplicidade para exibir seu Pokémon.
                Drake brilhou.
                —Não é que é uma boa idéia?
                Os olhos de Sam examinaram a feira, procurando por Lilly. Quase que no mesmo instante ela voltou correndo para o grupo, animada. Estava um pouco corada, mas com aquele Sol forte, isso não surpreendia muito os amigos. A tarde chegava aos poucos, e a usaram para caminhar pelas lojas. Tinham seus artigos em mãos, e os três carregavam seus ovos, aproveitando o momento para cuidar deles.
                —Gente, não ta na hora desses três eclodirem, não? —questionou o garoto de cabelos azuis.
                —Levando em conta que foi o senhor Jefferson que nos deu eles, devem tratar-se de Pokémons raros, de forma que demorem para estarem prontos para nascerem. —explicou Sam.
                Lilly bufou.
                —Eu não agüento mais esperar.
                Vez ou outra sentia alguma criaturinha chutando por dentro, mas ainda não era hora de nascerem. Os ovos haviam ficado um tempo depositados no Box, de forma que ainda não estivessem prontos para nascer, realmente. Ainda demoraria um pouco, pelos cálculos de Sam.
                Voltaram para a praia, quando o Sol começava a se pôr, a pedido de Lilly. O movimento era bem menor, e o som das ondas chamava ainda mais a atenção. Agora ficava tudo mais calmo, e o mar passava a ficar menos violento.
                Lilly escolheu um ponto bom, onde as águas batiam em seus pés. Os três já tinham retirado os calçados, e ficaram olhando pela paisagem aproveitando o momento. Todos se entreolharam, observando que agora não havia ninguém, só eles mesmos. Lilly retirou do bolso três pulseirinhas simples e dirigiu-se a seus amigos.
                —Eu comprei para a gente. Sei que é uma coisa bem cafona, mas decidi comprar assim mesmo, porque seria fofo. —ela entregou os objetos a cada um.
                Os garotos se entreolharam. Lilly sentimental? Impossível.
                —O roxo sou eu, o verde o Sam, e o azul o Drake. Todas estão entrelaçadas, simbolizando nossa união. Sei lá, alguma coisa assim. —disse, envergonhada.
                —Lilly, isso é tão... Bonito... —suspirou Sam, ainda sem reação.
                —Velho, de onde tu tirou algo tão assim, poético?
                —Verdade, você leva jeito para isso. Estou até meio sem reação...
                —Porra, pega logo essas coisas antes que eu mude de idéia! —praguejou ela, corada.
                Eles riram e pegaram os adornos, cada qual ajudando o outro a colocar. Até mesmo Lilly fora mudada ao longo daquela jornada, e sentiu que quando aquilo acabasse, seria uma nova garota. Ou melhor, seria uma mulher, e seus amigos também seriam novas pessoas. Mas a idéia assombrou sua mente.
                —Gente, daqui a algum tempo não vamos mais ter esses momentos... —suspirou.
                —Por que não?
                Ela estremeceu, e abaixou a cabeça.
                —A Liga, o Grande Festival, a Feira Ethron... E quando tudo isso acabar? E se a gente não conseguir se tornar o que queria, ou se nos tornarmos, mas tivermos que nos separar?
                Todos ficaram pensando naquilo por um instante. Podia-se dizer que haviam chegado quase na metade de sua jornada, conhecendo pessoas e conquistando objetivos. Mas era muito mais simples continuar a rotina do que se imaginarem em seus últimos desafios, quando finalmente teriam que ser os melhores, e vencer os melhores.
                A Elite, Sarah, Chad, Rose, Derek, Natsumi, Thomáz, Layla... Todos seriam rivais, todos seriam inimigos. O fim não estava próximo, mas a cada dia estava mais perto. Cada vez mais percebiam que precisariam aumentar ainda mais o ritmo se quisessem mesmo serem capazes de peitar seus adversários, pois piedade não poderia existir.
                —Ei, garota, você afastou todos os meus pensamentos negativos esse tempo todo... Não permito que você pense assim! Levanta essa cabeça, você VAI cumprir o que quer. —disse Drake.
                —Sinto informar-lhes, mas é verdade. Sou o encarregado de supervisioná-los, e não pensem que se livrarão de mim tão fácil. Agora vocês já sabem tudo o que eu poderia ensinar, terão que ser seus próprios professores. Mas sinto que se sairão ainda melhor.
                Eles sorriram amigavelmente. As ondas quebraram-se em seus pés, e perceberam que a maré estava subindo, molhando seus tornozelos. Era difícil crer que tudo poderia mudar em questão de meses. Mas o melhor a se fazer era olhar para frente e continuar treinando.  O futuro os aguardava.
                O instante pareceu durar séculos, e era isso que os amigos gostariam que tivesse acontecido. Os três rejeitados que se encontraram e tornaram-se grandes amigos. E futuramente mostrariam o que o mundo perdeu por não lhes amar tão fácil. O sol deitava-se atrás do mar, enquanto que este jogava suas ondas para lamberem a areia da praia em um movimento repetitivo.

...
             
   Já anoitecia, e os postes passavam a iluminar as calçadas, que eram cheias de pessoas transitando àquele horário. O calor atraía as pessoas para fora de suas casas para que fossem a algum dos bares ou quiosques e aproveitassem o clima de frente para a praia, que agora estava calma.
                O oceano continuava com seu movimento de ondas incessante, puxando as conchinhas da beira da praia para levá-las aos seus mais profundos reinos submarinos, onde nenhum humano ousava chegar. Era uma imensidão azul que estava além da compreensão total do homem.
                O trio sentava-se em um banco, tomando sorvetes que haviam encontrado por perto. A brisa marítima refrescava-os ainda mais, de forma que não desejassem mais nada daquele momento. Talvez apenas que seus outros amigos estivessem lá, ou nem isso.
                —O mar é tão... Grande... —disse a menina, fascinada.
                —E não é? Eu sempre adorei ele... O homem vive explorando terras, mas a maior parte do desconhecido ainda está debaixo da água. O fato de pensar que inúmeras criaturas vivem nele, onde tudo começou, me deixa completamente perplexo.
                Sam e Lilly o encararam.
                —Você foi poético...
                —... E disse “perplexo”?
                Ele franziu a sobrancelha.
                —Fui, e disse. Qual é o problema? O mar é minha fraqueza. Tenho medo dele, mas ao mesmo tempo curiosidade e vontade de explorá-lo.
                Eles ainda continuaram rindo, mas não por mal. O rapaz se cansou de tentar explicar e virou de costas, irritado. Os dois o abraçaram em sinal de compaixão, recebendo um gesto provocativo provindo do dedo do meio do garoto.
                —Minha próxima competição vai se basear nisso. —não conseguia ficar bravo por muito tempo. —O Contest Hall daqui possui um palco cheio de água, e tentam dar destaque para os Pokémons aquáticos.
                —E você não tem nenhum.
                —Exato.
                Ele refletiu. Como venceria uma batalha aquática sem um Pokémon com capacidade de se locomover neste meio? Tinha boas ideias para praticar em terra firme, mas não na água. Tudo bem. Pensou. Alguma coisa vai aparecer.
                Ele tirou de seu bolso a Pokéball de Spark e o Emolga apareceu em seu colo instantaneamente, o observando. Ele levou o Pokémon para a praia, de forma que visse o pequeno ter seus olhos brilhando devido à paisagem nova para ele.
                —Está vendo isso, Spark? É o mar. As ondas do mar vem e vão, tiram e trazem.
                O Pokémon o observava.
                —Quero que entre comigo. —pediu. —Vamos tomar um banho nele, para que tire nossas energias e traga novas.
                O Emolga assentiu, subindo no colo do treinador, pisou na areia macia, e foi em direção das águas, que já estavam mornas. Sentiram a força do oceano contra eles, puxando tudo aquele peso que carregavam e os levando para os confins do oceano, para serem perdidos para sempre.
                Drake sequer se importou com o fato de estar vestido, isso apenas melhorou, já que a umidade ficou presente em sua roupa e o refrescou. Lilly e Sam o seguiram e entraram nas águas, mas a garota preferiu não lançar seu inicial, visto que perderia seus poderes em contato com aquele monte de água.
                —Então o senhor inventou um ritual e não me chama pra fazer também? —brincou a menina, dando-lhe a mão, e dirigindo a outra para Sam.
                —Aproveite, novas pessoas nascerão depois dessa. —piscou.
                —Só espero que o mar não leve meus óculos. A nova pessoa também vai precisar enxergar. —disse Sam, os ajeitando.

                E acabaram saindo, renovados, ainda vistos como certos malucos por quem passava, já que o horário não era apropriado para se nadar no mar, que estava escuro pela negritude do céu, brilhando enquanto refletia as luzes do luar.

...
             
                   —Cara, eu adoro esse lugar!
                Uma pequena pousada seria onde o trio se hospedaria naquela noite. Nada muito sofisticado ou grande, mas o conforto daquele lugar era o mais notável. Tudo arrumado, e mesmo sendo um quarto pequeno, foi suficiente para que todos pudessem se acomodar bem. Lilly colocou uma roupa confortável para dormir, assim como Sam, enquanto que Drake preferiu ficar sem camisa.
                Havia apenas um problema, que era o fato de ter apenas uma cama. Deveria ser uma pousada própria para casais, pois era uma cama grande. Certamente deveriam dividir o espaço se quisessem
                Sam deitou , sonolento, quando Lilly saltou encima dele de forma animada na companhia de Drake, fazendo um montinho encima do Analyzer, que riu, mas ainda ficou reclamando ao fundo.
                —Montinho no Sam!
                —Malditos! —brincou ele.
                Os três deitaram na cama do rapaz, ainda que ele estivesse coberto e que estivesse relativamente quente. Ficaram conversando enquanto fitavam o teto, falando sobre besteiras e brincadeiras, de forma que o dono da pousada recebesse reclamações de risadas ao longo da madrugada no dia seguinte.
                —Me recuso a dormir com um homem seminu na mesma cama nesse calor. Principalmente se for o Drake. —dizia Lilly rindo.
                —Lilly, eu to falando sério. Não pega bem eu ficar aqui do lado do Sam, homem com homem, entende? —brincou. —Você é meio mulher, então pode.
                —Como assim meio? Cala a boca, desgraçado. —gargalhou, dando-lhe um soco.
                Lilly engatinhou pela cama enquanto que Sam foi para o outro lado, rindo. A menina se deitou no meio e suspirou alto, pensando por um instante, voltando-se para o  Coordenador.
                —Você ta de shorts, né?
                —Não.
                —Drake!!
                —É mentira, fica calma. —riu alto.
                Ela se fez de incomodada, mas continuaram jogando conversa fora. Mesmo que passassem todos os dias juntos, parecia que ainda tinham assunto de sobra para conversarem. A garota se remexeu no meio, aproveitando a posição confortável e segura entre os dois amigos.
                —Como eu estou no meio, se algum monstro sair debaixo da cama, eu vou estar seguram. —refletiu a menina.
                —Por que você acha isso? —indagou Sam.
                —Eles iriam se voltar pra quem está mais na ponta, e como eu estou no meio, tenho tempo de correr enquanto devoram alguém.
                —Lilly, se algum monstro sair debaixo da cama e vir a sua cara ele sai correndo com medo. —disse Drake.
                Ela socou o ombro do rapaz, mas acabou rindo. Se não fosse com ela mesma, teria rido mais. Sam apenas ria enquanto a situação não se voltava para ele, afinal, sabia que a troca de elogios acabaria sobrando para alguém. Daqui a pouco vão falar da gordura imaginária um do outro, mesmo ambos sendo magrelos. Pensou Sam.
                —Você é tão gordo, mas tão gordo que quando passa na frente da TV, a gente perde três episódios. —ela riu da própria piada.
                —E você é tão gorda, mas tão gorda, que quando pula na piscina o ataque Splash realmente faz dano. —retrucou Drake.
                Desta vez até Sam riu. Tinham um ganhador.
                —Pegou pesado.
                —Quer um abraço pra você se sentir melhor?
                —Não.
                —Ah bom. Eu não ia abraçar mesmo.
                A madrugada passou rápido, até que o som de alguém batendo na porta ecoou pelo quarto. Os três fitaram o retângulo de madeira iluminado pela luz refletida pela lua, o que a tornava ainda mais aterrorizante. As batidas se repetiram, até que o trio decidiu ir junto verificar do que se tratava, todos andando cautelosamente.
                Drake foi o obrigado escolhido para abri-la. Tocou calmamente a maçaneta fria e abriu a porta de uma vez, eles se deparando com um velho magricela e pálido, com os cabelos espalhados e um olhar obscuro com olheiras, carregando um pequeno lampião.
                “WAAAAAAAAAAAAAAAAAAH”
                —Crianças, francamente. —disse o velhinho. —Sou eu, o dono da pousada. Estou recebendo reclamações que ninguém consegue dormir com essa barulheira que vocês estão fazendo! Por favor, silencio.
                Ele mesmo fechou a porta, enquanto que os três estavam jogados e amontoados atrás da porta, esperando os batimentos cardíacos se acalmarem um pouco. Eles riram uma última vez, e voltaram para a cama, decididos a dormir. Afinal, precisavam de energia para o dia seguinte.
                Lilly se voltou para Drake instantes depois.
                —Tira o braço da minha barriga.
                —Não é meu braço.
                —QUE NOJO.
                —Calma, calma, calma, é mentira!
                Mas era tarde demais. Quando notou, havia sido chutado para fora da cama, tendo que dormir no chão, junto com os monstros debaixo da cama.

sexta-feira, 30 de agosto de 2013


O tempo passou.

Devo estar falando como um velho, mas parece que foi ontem que estávamos aqui, comemorando o primeiro aniversário de Ethron. E, agora, estamos com mais um ano nas costas. Eu, sinceramente, estou sem o que falar, mesmo tratando-se de uma data tão comemorativa e festiva. Mais um ano se passou.

Eu procurei a postagem de primeiro aniversário para ter uma ideia do que dizer. As palavras estavam engasgadas, mas de certa forma elas acabaram se desenrolando ao vê-la. Um ano atrás, eu tinha uma semana inteira de postagens agendadas, só aguardando para serem mostradas. Tinha metas cumpridas para mostrar. Tinha pessoas que me olharam e falaram: Você me surpreendeu. Você chegou aqui. 

Por "aqui" entenda: "Você manteve um compromisso. Você terminou a primeira temporada. Você chegou ao primeiro ano". 

Eu me sentia assim, me sentia orgulhoso. Eu mesmo me falava isso, a fim de ver que consegui criar algo que agradou ao público. Muitos comentários que começavam com "Eu nunca quis ler uma fic de região inventada, mas decidi parar pra ler a sua e gostei". 

Mas agora eu me olho, e apenas me parabenizo: "Você chegou ao segundo ano", sem sequer saber se é um parabéns. Não fiz metade do que fiz anteriormente, não trouxe o que queria, não fiz o que prometia. E não posso culpar os leitores por também desfazerem certo compromisso, se nem eu firmo o meu próprio. 

No começo do ano, recebi uma proposta especial dos escritores que me inspiraram a estar aqui e agora: Trabalhar com o mais novo continente de Pokémon, Kalos. Uma proposta fantástica, pode-se dizer que irrecusável. De uma pequena empresa, ir para um grande negócio. Para quem não sabe, se ainda não sabe, eu aceitei esta proposta, e posso dizer que me orgulho muito e fico muito grato por ser o escritor que a assumirá. 

Muitas vezes é complicado lidar com Ethron e Kalos. Por sorte, as ideias de Ethron já estão definidas, ou seja, não ocorre conflito direto entre elas desta forma. Mas, mesmo assim, são dois blogs por manter ativo. Priorizo Kalos, porque sei que há uma equipe contando comigo, como se fosse uma obrigação, mas uma obrigação que eu adoro e não quero abandonar. 

Então você se pergunta: Então por que você não larga Ethron? Resolveria muitos problemas, realmente. Infelizmente já cogitei ou pensei na possibilidade, e acabei me fazendo a mesma pergunta. A princípio não quis tomar decisões precipitadas, até que soubesse a resposta. E eu a descobri.

O Canas compara os blogs a nossos quartos, algo que acho legal. Ethron e Kalos são meus quartos, dois quartos que eu amo de formas iguais, mas ao mesmo tempo diferentes. Ethron é um quarto que eu praticamente criei, as paredes, o chão, o teto... Eu criei com partes minhas. Decoro suas paredes com lembranças, lembranças que eu gosto de mergulhar e ficar horas lendo e relendo. As pequenas conquistas, o surgimento de leitores, momentos que adoro na estória, e N outras coisas.

Eu simplesmente não posso destruir Ethron. Seria jogar fora lembranças, sonhos, sorrisos... Seria jogar fora eu mesmo. Se hoje comando Kalos, é porque antes houve Ethron. Se hoje há pessoas que até mesmo se inspiram em mim, é por causa de Ethron.

Este ano não foi como o outro. Ele não foi. Mas nada nos impede de tentar novamente. Reerguer o menu, postar os capítulos, especiais... Temos muito trabalho pela frente. Mas eu gosto, e espero que você, leitor, também goste. Se você está lendo isso, então dê-me uma última chance. É hora de realizar alguns sonhos.



Haos Cyndaquil

terça-feira, 27 de agosto de 2013

             
    


Capítulo 1- Chegando de Viagem
Capítulo 2- Problemas no Laboratório Pokemon
Capítulo 3- Uma Pasta de Mistério
Capítulo 5- Aurora: A Grande Metrópole

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terça-feira, 13 de agosto de 2013

 
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